“Não há concentração na indústria de sementes”, diz secretário da ISF
Para dirigente da entidade, competição entre empresas do setor garante inovação aos produtores
"A busca dos agricultores pelo melhor manterá a competição entre as empresas", defende Michael Keller, secretário da ISF
As sementes são, literalmente, o início dos ciclos agrícolas, mas também o caminho para tornar a agricultura cada vez mais resiliente e sustentável.
Nesta indústria, as novas tecnologias como edição gênica (CRISPR) ou Inteligência Artificial (IA) entregam novas soluções para as lavouras cada vez mais rápido, mas isso garante o acesso ao produtor rural?
O Agrofy News conversou com Michael Keller, secretário da Federação Internacional de Sementes (ISF, International Seed Federation), sobre o perfil desse segmento e como as inovações têm efetivamente chegado a mais produtores no campo.
O executivo da instituição centenária, que realiza nesta semana o World Seed Congress, em Roterdam, nos Países Baixos, apresentou uma leitura otimista sobre o futuro da agricultura, mas com desafios pela frente.
Confira a seguir:
Agrofy News - Existe a preocupação de que o mercado de sementes seja muito concentrado em poucas empresas. Você pode me dar sua visão geral sobre isso?
Michael Keller - Esse não é um tema fácil dentro do setor de sementes porque, na verdade, há uma grande segmentação, não uma concentração, mas isso depende também do tipo de cultura.
Você sabe que há culturas como hortaliças e tomate com dezenas, talvez, centenas de companhias no mercado global.
Mas quando falo sobre grãos, por exemplo, milho ou soja, ainda assim eu não diria que há uma grande concentração porque talvez você tenha 15 ou 20 players.
O que quero dizer é que talvez a questão mais importante seja a concorrência entre tais empresas em gerar inovação que melhore a vida real dos produtores e a resiliência dos sistemas alimentares.
Mesmo com menos players no mercado, a concorrência também existe e é bastante acirrada. No caso de soja e milho, é uma concorrência incrível, inclusive, muito maior do que há 25 anos.
Inclusive do ponto de vista da demanda específica para cada região. Hoje o fazendeiro pode procurar e pensar: o que é melhor para mim?