CNA defende remuneração por ativos ambientais de produtores rurais

Entidade apontou o combate ao desmatamento ilegal como um dos maiores obstáculos ao avanço do acúmulo desses ativos

|
Para os participantes, o Brasil precisa aproveitar sua biodiversidade e liderança na produção sustentável para se colocar como potência na transição energética. (Foto: Edilson Rodrigues)

Para os participantes, o Brasil precisa aproveitar sua biodiversidade e liderança na produção sustentável para se colocar como potência na transição energética. (Foto: Edilson Rodrigues)

23deAgostode2024ás11:34

A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) defendeu remuneração de produtores brasileiros por ativos ambientais existentes nas propriedades rurais durante audiência pública na Subcomissão de Ativos Ambientais Brasileiros que discutiu a pauta com representantes do setor privado, governo e instituições de pesquisa.

"Os ativos ambientais estão aqui, precisamos identificá-los e valorá-los, incentivando a conservação por meio de pagamentos por serviços ambientais, agregação de valor e crédito de carbono. Ou seja, usando os instrumentos que existem e que fazem com que esse ativo compense para o produtor pelo serviço que ele presta,” afirmou coordenador de Sustentabilidade da Confederação, Nelson Ananias.

Segundo o coordenador, ao ser compensado pelos serviços prestados ao meio ambiente, o produtor rural tem mais um incentivo para permanecer no campo e contribuir com a preservação e a segurança alimentar brasileira e mundial.

Tripé

Nelson Ananias Filho citou, entre os fatores geradores de ativo ambiental que ele considera como o tripé da agricultura sustentável: a conservação da vegetação nativa, a sua restauração e as boas práticas produtivas. Segundo ele, essas ações vêm sendo orientadas pela CNA.

Porém, ele apontou o combate ao desmatamento ilegal como um dos maiores obstáculos ao avanço do acúmulo desses ativos. 

“Temos dentro da propriedade privada 33% do território conservado. Mas não adianta fazer nenhum esforço, nenhuma ação de Código Florestal e de uma agricultura ser referência nesse mundo se a gente continuar desmatando ilegalmente. Isso é um ponto pacífico e todo produtor rural compartilha disso. Porque quem desmata ilegalmente não é o produtor rural. Produtor rural é quem vive da terra e respeita as leis. Quem está dentro do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e aderiu ao Cadastro Rural dá a cara a tapa”, explica.