Espírito Santo brinda recordes com conilon, enquanto São Paulo quer seguir o exemplo

Governo paulista lança programa de incentivo ao cultivo de um novo tipo de grão: canephora

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Espírito Santo brinda recordes com conilon, enquanto São Paulo quer seguir o exemplo
31deOutubrode2024ás17:06

Embora o Brasil seja mais conhecido pelo café arábica, a produção de Canephora, que inclui conilon e robusta, tem apresentado crescimento significativo, especialmente nos estados do Espírito Santo, Bahia e Rondônia. 

Atualmente, cerca de 30% da produção de café no Brasil é de Canephora, sendo o Espírito Santo responsável por aproximadamente 65% dessa produção, seguido por Rondônia e Bahia.

Esse crescimento da família canephora não é por acaso. O mercado brasileiro de café robusta e conilon vive um momento de ascensão, tanto em termos mercadológicos quanto produtivos. 

Com uma demanda crescente no mercado nacional e internacional, os cafés da variedade Canephora destacam-se pela alta produtividade e resistência, além de apresentarem um preço atrativo para o produtor.

Além disso, essa variedade tem se mostrado uma alternativa mais resiliente e lucrativa em tempos de mudanças climáticas, especialmente em regiões como o Espírito Santo.

Espírito Santo: um caso de sucesso

Desde o ano passado, o setor cafeeiro no Espírito Santo passou a liderar as exportações do agronegócio capixaba, impulsionado principalmente pelo café conilon, que representa quase toda a produção local. 

O volume de sacas exportadas mais que triplicou no último ano. Para efeito de comparação, nos primeiros nove meses de 2024, aproximadamente 5,9 milhões de sacas de conilon foram enviadas, contribuindo para as exportações do agronegócio no estado, que geraram mais de US$ 2,55 bilhões (equivalente a R$ 14,3 bilhões). 

Esse valor, obtido em apenas nove meses, superou o total acumulado desde o início da série histórica, representando um impressionante crescimento de 77% em relação ao mesmo período de 2023, quando foram registrados US$ 1,4 bilhão.

O café conilon é responsável por grande parte desse crescimento, com um aumento de 158% nas exportações, que saltaram de 2,1 milhões de sacas entre janeiro e setembro do ano passado para 5,5 milhões no mesmo período deste ano.