Mudança climática pode mudar mapa-múndi do café? Agricultor sul-africano diz que sim

País vive corrida pela produção do grão frente a quebra global, maior demanda e preços em disparada

Mudança climática pode mudar mapa-múndi do café? Agricultor sul-africano diz que sim
17deMarçode2025ás19:40

A produção de café na África do Sul, que já chamava a atenção nos últimos anos pela crescente exigência por qualidade de consumidores, ganhou um novo impulso a partir de quebras da produção global e consequente disparada nos preços internacionais do grão.

Apesar da pequena participação no mercado global, o país tem explorado nichos voltados para o café de alta qualidade e inspirado agricultores a postar na variedade arábica.

Um exemplo desse movimento é a história da Allesbeste, uma tradicional propriedade localizada na cidade de Tzaneen, província de Limpopo, que voltou a investir na cultura após quase um século fora da atividade.

Tradição retomada

A fazenda, que pertence à família Ernst há quatro gerações, tem pouco mais de 600 hectares e há décadas se destaca na produção de abacates, que ainda ocupa cerca de 300 hectares da propriedade.

No entanto, desde 2016, Zander Ernst, atual gestor da propriedade, decidiu retomar o cultivo de café arábica, uma paixão pessoal e uma oportunidade de diversificação em um mercado que vem crescendo.

“Você pode fazer ou não, mas não pode apenas tentar”, diz Zander, demonstrando confiança na produção.

Café da África do Sul 1

A história da Krabbefontein Coffee remonta a 1903, quando H.S. Altenroxel e C. Plange estabeleceram uma estação experimental de pesquisa agrícola na fazenda Krabbefontein, localizada na região subtropical da província.

O objetivo era testar novas culturas para determinar quais seriam viáveis economicamente para o futuro agrícola da região.

Em 1927, Dr. A.H. Ernst, bisavô de Zander, se estabeleceu em uma parte da fazenda original, que passou a se chamar Allesbeste.

Durante esse período, os produtos cultivados na área, como o café, eram comercializados sob a marca Union of Krabs, destacando a origem dos produtos.

A fazenda também possuía uma serraria chamada Krabbefontein, que foi destruída por um incêndio anos depois.

O café sul-africano

O café da Allesbeste é cultivado em colinas entre 900 e 1.250 metros de altitude, em condições ideais para a cultura.

Segundo Zander, a altitude elevada contribui para a qualidade do grão, que tem potencial para firmar-se como um reconhecido café especial.