Dilma e IBGE mostram mapa-múndi de cabeça para baixo e com Brasil no centro em visita à China
Lançada na semana passada, versão causou desconforto entre funcionários do órgão

A ex-presidente do Brasil e atual do Banco Brics, Dilma Roussef, e o presidente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Márcio Pochmann, apresentaram hoje um mapa-múndi com o Brasil posicionado no centro do mundo e o Sul colocado para cima em um evento na China.
A versão do mapa, apesar de não estar errada, exacerba carga ideológica por ir contra aos padrões internacionalmente usuais e recebeu críticas de funcionários do próprio IBGE, que lançou a peça na semana passada.
A diretora de geociências do instituto, Maria do Carmo Dias Bueno, afirmou que a localização não ocorreu por engano. “Foi proposital. Afinal de contas, o apontamento dos pontos cardeais é uma convenção cartográfica e não se constitui em um erro técnico”, justificou.
No entanto, os representantes dos trabalhadores do órgão público afirmam em nota que a peça "compromete a credibilidade construída pelo IBGE ao longo de décadas de trabalho sério, imparcial e respeitado globalmente”.
Ainda de acordo com a associação, o país tem problemas sociais, como a desigualdade estrutural, carência educacional, insegurança e perda de competitividade que não podem ser combatidos com “ilusões gráficas”.
A "criatividade" do IBGE destaca os países do BRICS, o Mercosul, os países de língua portuguesa e do bioma amazônico, bem como a cidade do Rio de Janeiro, como capital do Brics, a cidade de Belém, como capital da COP30, e o Ceará como sede do Triplo Fórum Internacional da Governança do Sul Global.