“Gestão digital traz segurança para sucessão familiar nas fazendas”, diz CEO da Aegro

Para Pedro Dusso, esse é um dos aspectos mais prazerosos de ser um "driver" da digitalização no agro brasileiro

“Gestão digital traz segurança para sucessão familiar nas fazendas”, diz CEO da Aegro
18deJunhode2025ás08:39

A gestão digital tem se mostrado crucial para facilitar a sucessão familiar e o empoderamento feminino no agronegócio por proporcionar segurança e clareza no controle das operações das fazendas.

Para Pedro Dusso, CEO da Aegro, pioneira em soluções digitais no setor com 11 anos de estrada, esse é um dos aspectos mais prazerosos de ser um "driver" da digitalização no agro brasileiro.

Durante entrevista exclusiva, ele destacou o papel das tecnologias também, é claro, na evolução dos resultados das propriedades por meio de soluções digitais, como as da Aegro.

Dusso ressaltou que entre os principais benefícios está a capacidade de consolidar informações essenciais sobre caixa, estoques e operações agrícolas, entre tantas outras.

A digitalização otimiza a tomada de decisões rápidas e seguras em momentos críticos, reduzindo custos operacionais e melhorando o desempenho geral da fazenda.

A Aegro, que já gerencia digitalmente cerca de 4 milhões de hectares no Brasil através de 2,3 mil clientes, está ampliando seus serviços com soluções inovadoras.

Entre as novidades está um sistema de consultoria que combina atendimento presencial e digital, ajudando produtores a otimizar seus processos internos.

Sobre o cenário de venture capital para Agtechs, Dusso afirmou que o setor está se recuperando após um período de incertezas.

A Aegro adotou uma estratégia financeira conservadora e alcançou equilíbrio financeiro, focando no crescimento sustentável com recursos próprios.

A entrevista ainda abordou a expectativa de evolução tecnológica com inteligência artificial, interfaces mais amigáveis e outras.

Confira a entrevista completa:

Agrofy News (AN) – Queria que você contasse quais foram os principais marcos nesses mais de 11 anos de história da Aegro, fazendo um paralelo com os momentos de digitalização do agro no Brasil e no mundo.

Pedro Dusso (PD) – Perfeito. A Aegro é pioneira no que eu chamo de quarta grande geração de tecnologia no agronegócio. No nosso escritório, em Porto Alegre, temos uma caixa do ADM Rural, feito em DOS lá em 1983, que já contemplava custo de produção, relatório por hectare e tudo mais que o produtor poderia sonhar para controlar sua lavoura.

À medida que a tecnologia evoluiu — os dispositivos mudaram, os canais de acesso mudaram — surgiram novas gerações de sistemas. Em 2014, entendemos que o celular já era algo presente na vida de todos. O smartphone estava consolidado, mas não existiam soluções mobile first para o produtor rural.

Os sistemas, muitos ainda legados, rodavam em servidores dentro da fazenda (on-premise). Nem todo mundo tinha migrado para a nuvem. A Aegro já nasceu mobile e em nuvem, e isso ajudou muito o pessoal mais antigo a correr atrás. Quem se beneficiou foi o produtor.

Além disso, sempre buscamos uma usabilidade extraordinária. Antes, muitos softwares de administração rural eram sistemas de indústria que, como eu costumo brincar, foram “pintados de verde” e levados para a fazenda. Mas traziam conceitos e termos muito complexos, que nem sempre faziam sentido no dia a dia do produtor e da equipe, que, aliás, é um dos maiores gargalos do agro até hoje.

A gente simplificou tudo isso. No lugar de conceitos contábeis, centro de custo, DRE, o produtor na Aegro desenha as áreas dele e cria safras. Essas safras têm despesas, receitas, atividades agrícolas, colheitas. Os insumos alocam custos, a venda da produção gera receita. Ele fecha a conta e entende rapidamente como a fazenda está operando.

Talvez não seja a visão perfeita dos livros de administração rural que a gente vê na universidade, mas é a visão que hoje está presente em mais de 4 milhões de hectares no Brasil. E não é pouca coisa.

AN – Imagino que, por serem pioneiros, vocês tenham enfrentado, no começo, certa desconfiança. E depois, durante a pandemia, houve aquele movimento forçado para a digitalização. Como a Aegro viveu esse ciclo? E como projeta o futuro?

PD – Perfeito. A gente trabalha em cima de problemas muito básicos e muito graves na agricultura digital até hoje. O primeiro é consolidar as posições de caixa das diversas contas bancárias que o produtor tem. Ele muitas vezes não sabe, de forma consolidada, quanto dinheiro efetivamente tem.