O "santo graal" da agricultura regenerativa e seus limites
Estudos apontam que sequestro de CO2eq pode levar lavouras a fixar mais que florestas

A agricultura regenerativa virou uma espécie de Santo Graal no agrobusiness global em meio à busca por soluções com ganhos de produtividade e sustentabilidade.
Não é para menos, já que a prática seduz com vantagens econômicas e ambientais. Uma equação de ganha-ganha que parece ter chegado para resolver de uma vez o aparente dilema entre produzir e preservar.
Mas… até que ponto?
O tema dominou alguns dos debates do World Agri-Tech Summit, realizado em São Paulo, onde o Agrofy News conversou com dois especialistas nesse movimento.
O produtor rural Pelerson Penido Dalla Vecchia, presidente do Grupo Roncador, e Felipe Albuquerque, head de Sustentabilidade da Bayer.
Ambos defendem o modelo com entusiasmo — mas também reconhecem seus desafios e até mesmo limites.
“Não é uma balança onde de um lado está a produtividade e do outro, a sustentabilidade. Na verdade, uma puxa a outra”, introduz Albuquerque.
Ele explica que agricultores que aplicam práticas regenerativas, dentro do programa ProCarbono da Bayer, têm registrado aumento médio de 8% na produtividade. Em condições ideais, o salto chegou a 27%.
“Quem produz mais, sequestra mais carbono. E quem sequestra mais, tende a ser mais produtivo. Temos exemplos de medição que mostram mais carbono em solo de lavouras de grãos do que em florestas”, resume.
A lógica é simples, na teoria: mais plantas no campo significam mais fotossíntese, mais matéria seca, mais raízes e, consequentemente, mais carbono no solo.
Só que não é uma mágica instantânea e também tem limites.