Antes de morrer, arquiteto das cidades-esponja acreditava no Brasil como referência

Kongjian Yu alertava em suas palestras que “buscar soluções baseadas na natureza é o caminho”

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Antes de morrer, arquiteto das cidades-esponja acreditava no Brasil como referência
26deSetembrode2025ás14:32

No momento em que o Brasil ainda se organiza para fazer frente a chuvas intensas, como as tempestades devastadoras ocorridas em 2024 no Rio Grande do Sul, o país foi o paradeiro daquela que seria a última viagem de Kongjian Yu, arquiteto e paisagista chinês responsável pelo conceito das chamadas cidades-esponja — projetos urbanos que usam a própria natureza para enfrentar o aumento das tempestades.

Yu morreu tragicamente aos 62 anos,  vitimado após a queda de um avião de pequeno porte que sobrevoava a zona rural na cidade de Aquidauana, em Mato Grosso do Sul. 

Mais três pessoas também tiveram a morte confirmada, nesta quarta-feira (24). São eles os cineastas brasileiros Luiz Ferraz, de 42 anos, e Rubens Crispim Jr., de 51 anos; e o piloto Marcelo Pereira de Barros, de 59 anos, proprietário da aeronave.

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O grupo preparava um documentário que justamente retrataria a tese das cidades esponja como uma das soluções viáveis em tempos de colapso climático e aumento expressivo no volume de chuvas em grandes centros urbanos. Dias antes de morrer, estave na Bienal de Arquitetura, em São Paulo, onde foi palestrante.

“Espero que o Brasil possa ser referência sobre como devemos construir o mundo”, disse o professor da Universidade de Pequim, no ano passado, quando veio ao país a convite do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), em seminário na sede da instituição, no Rio de Janeiro, que reuniu experiências nacionais e internacionais de reconstrução de cidades atingidas por desastres ambientais. 

O encontro foi motivado pela calamidade no Rio Grande do Sul, considerada, à época, pelo governador Eduardo Leite, como o “maior desastre climático da história do Brasil”, com mais de 170 mortes confirmadas.

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O encontro foi motivado pela calamidade no Rio Grande do Sul, considerada, à época, pelo governador Eduardo Leite, como o “maior desastre climático da história do Brasil”, com mais de 170 mortes confirmadas.