Depois de um ano cheio de entraves, produtor aposta em expansão e inicia uma nova fase na criação de tilápia

Produtor paulista reage à pressão do governo e à ofensiva do Vietnã enquanto triplica a capacidade da unidade de juvenis

"Se o governo não atrapalhar, já está muito bom. Nossa vocação é produzir", diz Emerson Esteves.

"Se o governo não atrapalhar, já está muito bom. Nossa vocação é produzir", diz Emerson Esteves.

02deDezembrode2025ás12:18

O ano foi turbulento para a tilapicultura. Tarifas dos Estados Unidos, discussões sobre a classificação da tilápia como espécie invasora e a liberação de importação de filé do Vietnã criaram um ambiente de incertezas para o setor.

Nesse cenário, o produtor Emerson Esteves decidiu seguir em outra direção:  ampliar a operação, acelerar investimentos e preparar um avanço que deve levar sua produção dos atuais 30 milhões para 80 milhões de alevinos até o fim de 2027.

Emerson tem 43 anos e acumula 25 anos de experiência com peixe. Ele começou ainda no colégio agrícola, trabalhando com espécies nativas em Monte Aprazível (SP), quando a tilápia começava a ganhar espaço no início dos anos 2000.

Em 2001 entrou na atividade de forma definitiva, acompanhando a instalação de projetos pioneiros na região de Buritama e percebendo, já naquele período, a falta de oferta de alevinos.

“Sempre faltou produto. A gente sempre correu para atender as demandas de mercado. E a tilapicultura hoje é o carro chefe da atividade. Então, é um segmento que cresce muito”, afirma.

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Hoje ele comanda a Global Peixe Aquacultura, com unidades em Rubinéia, Santa Fé do Sul e Zacarias, todas cidades em São Paulo.

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O foco é transformar alevinos em juvenis, etapa intermediária da cadeia produtiva e considerada estratégica para abastecer empresas de engorda. Emerson foi apontado por interlocutores no evento como um dos maiores produtores de juvenil da região. 

“Nosso foco hoje é transformar alevino em juvenil. Estamos em duas unidades de produção de alevino e uma de juvenil, que estamos ampliando para triplicar a capacidade até 2026/27”, explica. A ampliação começará a operar em meados de 2026.

A operação também mantém uma unidade no Mato Grosso do Sul. Emerson diz que a região onde atua concentra grande parte da produção nacional:

“Você pega num raio de 1.000 km aqui de Santa Fé do Sul... até 70% de toda tilápia que produz no Brasil está nesse raio.” Ele destaca também a expansão do setor para diferentes estados, com forte presença em Paraná, Minas, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso do Sul e São Paulo.

Pressão do mercado e retomada das exportações