CNA debate potencial brasileiro para ampliar produção de trigo

Especialistas também discutiram o impacto no fornecimento de fertilizantes

|
CNA debate potencial brasileiro para ampliar produção de trigo
06deAbrilde2022ás15:15

A Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da CNA (Agricultura e Pecuária do Brasil) discutiu, em encontro virtual, as potencialidades do Brasil para ampliar a produção de trigo no país.

No encontro, realizado ontem, foram abordados temas como o cenário mundial, ações de fomento para o cereal na região Sul e o plano de desenvolvimento para a expansão da produção do trigo tropical no Cerrado.

Os pesquisadores do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, Lucilio Alves e Mauro Osaki, falaram sobre a oferta e a demanda de trigo, considerando os impactos da guerra entre Rússia e Ucrânia, que são grandes produtores do cereal e fornecedores de fertilizantes. Segundo os pesquisadores, os dois países representaram 14% da produção mundial e mais de 30% das exportações mundiais do cereal.

Alves afirmou que há dois anos seguidos os estoques de trigo vêm caindo e a demanda tem superado a oferta. “É um reflexo da pandemia, mas agora com a guerra houve uma disparada de preços, com aumento chegando a 75% em poucos dias”, disse.

Ele ressaltou que apesar de importar quase metade do trigo que consome, o Brasil não sofrerá um contexto de escassez do produto. “O país apresentou recorde de produção em 2021, mas precisamos que Rússia e Ucrânia produzam porque os estoques estão em baixa e o preço continuará subindo para o consumidor final”, explicou.

Com base nas safras 2015/2016-2019/2020, Mauro Osaki comparou o desempenho econômico do trigo do Brasil com os principais produtores mundiais para os valores internacionais e nacionais. Na Rússia, a produção de uma tonelada custa 62 dólares; na Ucrânia, US$ 96 dólares, já no Brasil, o valor chega a US$ 177.