Sensor vestível eleva nível de monitoramento de cana e soja

Adesivo faz identificação precoce de problemas nas lavouras

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Sensor vestível eleva nível de monitoramento de cana e soja
16deMaiode2022ás15:13

Um grupo de cientistas brasileiros desenvolveu um adesivo capaz de monitorar a saúde de plantas como soja e cana-de-açúcar e identicar problemas de forma precoce para elevar o nível da agricultura de precisão.

Os “sensores vestíveis”, como também são chamados, são uma inovação promissora para aprofundar o melhoramento da performance das lavouras com vantagens, inclusive, em relação ao monitoramento remoto.

Apoiada pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), a pesquisa desenvolveu os sensores no CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais), um dos mais modernos complexos científicos do país e do mundo no tema.

 

O equipamento pode medir de forma não destrutiva o teor de água no interior das células de cada planta a partir de uma única medição. Deste modo, o monitoramento em tempo real pode fornecer dados valiosos para orientar o manejo, bem como estudos de toxicidade e desenvolvimento de novos insumos agrícolas.

"Sistemas por imagem precisam que a planta atacada por uma doença apresente sinais fenotípicos ou indícios visuais para gerar alertas no monitoramento. Em culturas como a da soja, por exemplo, a alteração de coloração pode sinalizar um estágio irreversível de doenças como a ferrugem", explica Renato Sousa Lima, pesquisador do Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano), do CNPEM, que tem sede em Campinas.

Como funciona

O dispositivo usa um eletrodo obtido por litografia. Uma peça única recoberta por um filme fino de níquel fixado com a ajuda de um adesivo do tipo micropore. Por esse eletrodo é aplicado um campo elétrico gerado por um capacitor.

A polarização dos íons de nutrientes presentes na água revela com muita sensibilidade mínimas variações de impedância, ou resistência elétrica, que têm relação com os níveis de hidratação da planta.