O sucesso das agtechs que captaram milhões no "pior momento" do venture capital

Contrariando as estatísticas, conheça os cases da Agrolend, AgroAdvance e da argentina Puna Bio

O sucesso das agtechs que captaram milhões no "pior momento" do venture capital
25deJunhode2025ás11:55

O ano de 2024 consolidou-se como um dos mais desafiadores da história recente para startups que buscavam capital de risco. 

A retração global dos fundos, o aumento das taxas de juros e os casos de fraudes ou maus resultados em agtechs anteriores tornaram o ambiente avesso para captações.

Mais ainda assim, algumas sólidas exceções saltaram aos olhos do mercado com aportes milionários e fôlego para desenvolver agtechs já relevantes para o agro.

“Na minha carreira, foram poucas as vezes em que vi um cenário tão difícil quanto 2024”, afirmou Francisco Jardim, sócio da SP Ventures, que mediou o painel “Prosperando Contra as Probabilidades: Lições de Captação de Recursos em Mercados Difíceis” no World Agri-Tech Summit.

Mesmo nesse clima de desconfiança generalizada, três empresas conseguiram nadar contra a corrente.

A Puna Bio, com sede na Argentina, levantou uma rodada liderada pela Corteva. A Agrolend fechou a maior captação de uma agfintech no Brasil. E a AgroAdvance, voltada à educação profissional rural, atraiu dois investidores estratégicos de peso.

“Essas empresas venceram num ambiente onde a maioria fracassou. Em um cenário com menos players financiados, quem consegue captar agora não apenas sobrevive — ganha uma vantagem competitiva duradoura”, analisou Jardim.

Mas ,afinal, o que essas startups fizeram de diferente para conseguir levantar recursos quando ninguém mais conseguia?

Contrariando as estatísticas

Franco Martinez, cofundador da Puna Bio, abriu o painel ao ressaltar a eficiência de capital e execução disciplinada como diferenciais que chamaram a atenção da Corteva e demais investidores.

A startup desenvolve bioinsumos a partir de microrganismos extremófilos coletados na região dos Andes — entre Argentina, Chile e Bolívia —, com foco em bioestimulantes e produtos de biocontrole.

Segundo Martinez, a empresa conseguiu cumprir tudo que prometera na rodada anterior. Ou seja, registrou dois produtos, lançou-os no mercado e alcançou escala produtiva de 10 mil litros, com testes em mais de 300 hectares em diferentes países.