O envelhecimento do brasileiro afeta o mercado de alimentos?

Segundo o Rabobank, carne, café e plant based podem ser beneficiados, mas não sucos e lácteos

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População brasileira está ficando mais velha antes do previsto

População brasileira está ficando mais velha antes do previsto

15deJulhode2022ás16:54

 

O Rabobank divulgou, nesta semana, o estudo “Brazil's Aging Consumer” (ou Envelhecimento do Consumidor Brasileiro, em livre tradução) no qual destaca que a população brasileira está ficando mais velha antes do previsto, com taxas de natalidade caindo significativamente nos últimos anos, mesmo antes do impacto da pandemia.

Segundo os pesquisadores Andrés Padilla, Guilherme Morya e Wagner Yanaguizawa, uma base de consumidores mais idosa terá consequências para as vendas de alimentos no futuro, pois as necessidades dos consumidores mudam com a idade.

Eles argumentam que, ao mesmo tempo, os consumidores mais jovens de hoje formarão o maior segmento consumidor da população, com pico de atividade econômica em 2030.

O documento explica que isso significa que alguns hábitos de consumo observados nas gerações mais jovens de hoje refletirão nas vendas futuras no segmento de consumidores mais velhos.

Por exemplo, as vendas de laticínios parecem mais vulneráveis ​​do ponto de vista do volume em uma população envelhecida, enquanto o consumo de proteína animal deve crescer e as vendas de café dependerão de formatos de maior valor agregado.

Consumidores mais velhos

A análise ampara-se em dados do Instituto Brasileiro de Estatística (IBGE) para mostrar que o consumidor médio brasileiro está envelhecendo rápido. Embora a idade média hoje ainda seja baixa, de 35 anos, em comparação com 43 anos na UE, o crescimento populacional está desacelerando rapidamente no Brasil e continuará a fazê-lo.

O Rabobank lembra que o crescimento populacional caiu de pouco menos de 1% em 2010, para 0,7% hoje, e está caminhando para 0 em 2046. Isso significa que o brasileiro médio estará muito mais próximo em idade do europeu médio em 2050.

Na UE, a idade média hoje é de 43 anos e aumentará para 47 em 2050, o que significa que a diferença entre a idade média do Brasil e da Europa diminuirá pela metade nas próximas três décadas.

Isso é relevante porque algumas tendências de consumo de alimentos no Brasil deixarão de refletir a da população jovem de hoje e passarão a espelhar as de populações mais velhas, como a da UE.

Isso pode significar muitas coisas para cada subcategoria, mas as empresas de alimentos precisam estar cientes de que haverá uma forte desaceleração demográfica nas próximas décadas.