Embrapa "edita" genes anti-nutricionais da soja

CTNBio aprovou alteração por CRISPR e considerou que se trata de soja convencional

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Variedade editada está pronta para registro e comercialização. (fotos: Embrapa)

Variedade editada está pronta para registro e comercialização. (fotos: Embrapa)

06deSetembrode2022ás11:32

A Comissão Técnica Nacional de Biotecnologia (CTNBio) considerou que a edição no genoma da soja, conduzida pela Embrapa com a técnica CRISPR, que desativa alguns fatores anti-nutricionais, resulta em uma soja convencional, portanto, não transgênica. 

O parecer ocorreu após reunião extraordinária realizada no dia 1º de setembro quando o CTNBio, baseado na Resolução Normativa n.16, considerou que a planta editada, não possui a presença do DNA de outra espécie, o que torna o produto não transgênico.

A pesquisa da Embrapa teve como foco melhorar a digestibilidade e absorção de nutrientes dos animais que consumem a soja. Isso por que alguns fatores eram prejudiciais, principalmente, em porcos e frangos, que apresentam estômago com capacidade reduzida de armazenamento. 

“Em função disso, a utilização da soja é dependente de processamento térmico que inativa estes fatores anti-nutricionais, mas que aumenta o custo de produção”, explica uma das coordenadoras da pesquisa, Liliane Henning, da Embrapa Soja.

“Nossa expectativa com essas plantas desenvolvidas é garantir a qualidade nutricional da soja, mas viabilizar potencialmente a redução de custos no uso da soja para alimentação animal”, ressalta Liliane.