Resistência e resiliência no cacau: cooperativa do Pará garante renda a 200 famílias
Mesmo com a forte oscilação dos preços, a Campaqs mantém a produção de 1.000 toneladas por ano, aposta na sustentabilidade e fortalece a agricultura familiar

Em meio à montanha-russa dos preços do cacau desde 2024, a Cooperativa Alternativa Mista dos Pequenos Produtores do Alto Xingu (CAMPPAX), de São Félix do Xingu, no Pará, transformou a instabilidade em estratégia de sobrevivência.
Com mais de dez anos de atuação e cerca de 200 cooperados, a entidade encerra 2025 sob a marca da resistência e entra em 2026 com resiliência e estabilidade no radar.
“A palavra que define 2025 é resistência, e 2026 é resiliência”, resume Solange Ferreira Feitosa, administradora da cooperativa.
A entrevista foi concedida durante o 6º Encontro Nacional das Mulheres Cooperativistas (Enmcoop), realizado em Itupeva (SP), evento que reuniu lideranças femininas de cooperativas de várias regiões do país para debater gestão, comercialização, sustentabilidade e sucessão no campo.
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A disparada histórica do preço do cacau ao longo de 2024, seguida por uma queda brusca no fim do último trimestre, impôs desafios inéditos à cadeia.
“Tivemos uma alta no preço que nunca havia existido e agora, já no final, o preço caiu de uma vez também. Isso trouxe muitas transformações para o mercado”, relata Solange.
Segundo ela, em determinados momentos, vender fora da cooperativa chegou a ser mais vantajoso para alguns produtores, o que exigiu da CAMPPAX reorganização de contratos e reforço no controle financeiro para manter o escoamento da produção.
“Mas a gente conseguiu muito bem. Com a experiência de 2024, em 2025 já conseguimos sustentar um pouco melhor e trazer melhores resultados”, afirma.
