Pecuarista baiano dobra lucro com integração entre animais e eucalipto
Adoção do modelo de ILPF ainda é incipiente na produção de leite, apesar do enorme potencial
Modelo aumenta em 30% a concentração de proteína e 6% a digestibilidade do pasto cultivado sob as árvores. (foto -Valter Falcão Filho)
O pecuarista Valter Falcão Filho buscava, como todo produtor, tornar sua terra mais lucrativa e sustentável ao mesmo tempo. A resposta não foi um único cultivo ou técnica, mas um método que concilia cultivos e técnicas: Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF).
Localizada na cidade de Teixeira de Freitas, estado da Bahia, a Fazenda Primavera cultivava apenas eucalipto para abastecer a indústria papeleira local desde 2000.
No entanto, por volta de 2014, o negócio de celulose mudou e ele decidiu adicionar gado na mesma área. No início, o experimento colocou 200 bezerros em 800 hectares de floresta de eucalipto e bons resultados começaram a aparecer.
“Pensei que apenas uma vaca poderia dar à luz dois bezerros por ano e isso é mais lucrativo do que um hectare de árvores. Muitas pessoas riram de mim, mas atingimos rentabilidade após o terceiro ciclo”, diz.
Devido a isso, as mesmas pessoas que desacreditaram a iniciativa de ILPF antes, hoje em dia, vão até lá para ver a produção consorciada da Fazenda Primavera funcionando e seus resultados notáveis.
Bom para as vacas e o bolso do pecuarista
Atualmente, o Sr. Valter mantém 45.000 árvores, 500 bezerros e 70 vacas em lactação na mesma área com benefícios mútuos. O primeiro deles é exatamente um nível mais alto de produtividade no leite e na reprodução.
Seu rebanho é da raça Girolando, meio mestiço entre Holandês e Gir, e atinge 37,5% mais prolificidade que a média da região. Isso significa que o índice da Fazenda Primavera está em torno de 55% e seus vizinhos ficam com apenas 40%.
No que diz respeito à produção de leite, atinge diariamente 18 litros por animal, o que significa cerca de 80% a mais do que a média nacional. De fato, a média de produção de leite brasileira é de apenas 3.500 ninhadas por vaca por ano, exceto para grandes produtores, graças ao clima e à baixa adoção de tecnologia.
“Esses resultados têm apenas um motivo: a temperatura está 5 graus abaixo das árvores. Faz muita diferença para o gado. Então, ganho com o gado e também posso vender eucalipto. Minha rentabilidade por hectare dobrou desde eles”, admite.