Os desafios postos ao novo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro
Novo chefe do Mapa terá um cenário delicado nos aspectos político, orçamentário e mercadológico
Parte dos produtores é quase autossuficiente, mas a maioria está à margem da prosperidade do setor. (foto - ilustração)
O recém-nomeado ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro, encontrará um cenário político, orçamentário e mercadológico desafiador quando assumir a pasta a partir do próximo dia 1ª de janeiro, quando toma posse o novo governo Lula.
O até então senador da República por Mato Grosso manejará, no aspecto político, o enfraquecimento do ministério – que foi dividido em três -, um orçamento 14% menor e um contexto mais crítico ao agronegócio dentro do próprio governo petista.
O Mapa mantém a definição de políticas do executivo sobre agricultura, pecuária e abastecimento, mas perde a influência sobre pesca e aquicultura, bem como sobre o desenvolvimento agrário. Tais novos ministérios ficarão a cargo de Paulo Teixeira e André de Paula.
Também por isso, a formulação de políticas para o setor deverá ter peso cada vez maior, por vezes até protagonismo, da Frente Parlamentar da Agricultura (FPA) no Congresso Nacional, com forte bancada superior a 300 parlamentares, bastante resistentes a Lula.
Ao mesmo tempo, outras pastas ganham capital político dentro do próprio governo, como é o caso do Ministério do Meio Ambiente, que será comandado por Marina Silva, o Ministérios dos Povos Indígenas, que será liderado pela índia Sônia Guajajara. Que trabalhem em conjunto a favor do desenvolvimento sustentável do agro e do país.
Se fossem apenas os desafios políticos, a performance do novo ministro, que é agropecuarista e foi presidente da Aprosoja, poderia ser menor afetada. Contudo, existem questões até mais desafiantes e que fogem ao controle do chefe do Mapa.
Entre elas, o Plano Safra e o crédito rural, as políticas fiscal, monetária e cambial, o comércio internacional, nas quais o Mapa depende diretamente do Ministério da Fazenda, Banco Central, Ministério das Relações Exteriores e até mesmo do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).