Estudo de brasileiros descobre novas espécies de leguminosas

Pesquisadores, entretanto, alertam que grande parte está ameaçada de extinção

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Stryphnodendron velutinum é uma espécie arbórea que atinge até 5 metros. (foto - Maria Alice de Rezende/ Divulgação JBRJ)

Stryphnodendron velutinum é uma espécie arbórea que atinge até 5 metros. (foto - Maria Alice de Rezende/ Divulgação JBRJ)

26deJaneirode2023ás10:24

Uma equipe formada por pesquisadores brasileiros e estrangeiros descobriu dez novas espécies de leguminosas nativas da região neotropical, que vai da América Central até a Região Sul do Brasil. 

Fato curioso é que grande parte delas já se encontra ameaçada de extinção. “Muitas dessas espécies ocorrem em áreas fora de unidades de conservação, em áreas que são pequenos fragmentos em torno de grandes plantios ou que foram urbanizadas”, explica Alexandre Gibau Lima, um dos autores.

Em entrevista à Agência Brasil, Lima contou que foram encontradas espécies nativas da Amazônia brasileira, do Cerrado, da Bolívia e Colômbia, como exemplos.

Ainda segundo ele, os estudos prévios sobre a conservação delas foram feitos com base em critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), instituição que cuida da conservação das espécies.

As espécies passaram pela taxonomia sistemática vegetal que, apesar de não propor diretamente medidas de conservação, é método que da base para isso, ou seja, traz todo um conjunto de dados que é essencial para a tomada de decisão para a conservação.

Lima disse que, sem esse trabalho, não se consegue fazer conservação, porque, para conservar uma espécie, é preciso conhecer antes. “Não se consegue estabelecer medidas, ações, sem conhecer antes.” 

Babatimão-do-rio-doce

Uma das novas leguminosas descobertas é o barbatimão-do-rio-doce (Stryphnodendron flavotomentosum), árvore que pode atingir 20 metros de altura e, até hoje, foi encontrada apenas na Mata Atlântica, na região da bacia do Rio Doce, no Espírito Santo.