Safra recorde de trigo na Argentina acende alerta sobre qualidade do grão

Volume histórico amplia a oferta para exportação, mas incertezas sobre o padrão do produto acendem sinal de cautela entre compradores brasileiros

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Safra recorde de trigo na Argentina acende alerta sobre qualidade do grão
26deNovembrode2025ás08:47

A Argentina deve colher uma safra histórica de trigo em 2025/26, estimada em 24,5 milhões de toneladas, o maior volume já registrado no país.

número amplia a oferta para exportação e reforça o papel do grão argentino no abastecimento do Brasil, seu principal comprador. No entanto, apesar do recorde produtivo, cresce a preocupação com a qualidade do trigo, fator que acende alerta entre moinhos brasileiros e pode exigir estratégias adicionais para garantir o padrão do produto final. 

Segundo projeção da Bolsa de Comercio de Rosario, a oferta total de trigo na Argentina, considerando estoques iniciais, pode alcançar quase 28 milhões de toneladas, com cerca de 20 milhões disponíveis para exportação — um aumento de aproximadamente 4 milhões de toneladas em relação ao ano anterior. 

"A oferta total de trigo na Argentina, considerando os estoques iniciais, deve chegar perto de 28 milhões de toneladas, com quase 20 milhões disponíveis para exportação, um aumento de cerca de 4 milhões em relação ao ano passado. Mantemos grande otimismo para a comercialização externa, que dependerá da dinâmica do mercado interno e da demanda, especialmente do Brasil, que deve importar cerca de 5 milhões de toneladas neste ano, com perspectiva de crescimento no próximo", afirma Bruno Ferrari, líder da área de análises econômicas da Bolsa de Comercio de Rosario.

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Apesar do cenário positivo em volume, a qualidade do produto tem gerado preocupação. A constatação veio durante o Giro Abitrigo – Argentina, realizado entre 18 e 20 de novembro, que reuniu representantes de moinhos e players do setor em visitas técnicas a campos de trigo, terminais portuários e encontros com agentes da cadeia produtiva na província de Santa Fé. 

Durante a programação, os participantes observaram que a ausência de segregação na exportação, aliada às condições climáticas registradas no ciclo, indica uma provável queda na qualidade do trigo. O diagnóstico foi reforçado por técnicos, produtores e analistas ao longo das visitas.