O preço da picanha vai cair por conta do Mal da Vaca Louca?

Entenda porque os preços sempre aumentam, mas dificilmente baixam no varejo

Em resumo, quando há alta, o repasse é automático aos preços, mas quando há queda, a redução dificilmente chega ao consumidor final. (foto - ilustrativa)

Em resumo, quando há alta, o repasse é automático aos preços, mas quando há queda, a redução dificilmente chega ao consumidor final. (foto - ilustrativa)

27deFevereirode2023ás12:04

A ocorrência de um caso de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), conhecido como Mal da Vaca Louca, no sudoeste do Pará, na semana passada, gerou suspensão imediata das exportações de carne bovina para a China e queda significativa no preço da arroba no mercado interno.

Mas isso será repassado ao consumidor final? A resposta mais provável é não, pelo menos se for confirmado tratar-se de um caso atípico e o bloqueio aos embarques não for duradouro.

Até o momento, tudo indica que a ocorrência, de fato, é de um caso atípico da doença, que se desenvolve naturalmente em animais idosos e não é transmissível.

O bovino em questão era um macho de nove anos de idade criado a pasto e, assim, não atende a forma tradicional de transmissão da doença que é a ingestão de ração de origem animal contaminada.

No Brasil, inclusive, o uso de rações com ingredientes de origem animal, como farinha de carne ou de ossos, é proibido desde 2004, a partir dos casos que ocorreram no Reino Unido, alguns anos antes.

Em outras palavras, o resultado do exame em laboratório oficial da OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal, antiga OIE), no Canadá, deve confirmar tratar-se de um caso atípico. Os casos tradicionais e transmissíveis, que poderiam justificar um período maior de suspensão, nunca foram registrados no Brasil.