Interdição da BR-277: produtores de soja podem ter prejuízo de até R$ 600 mi no escoamento

Faep calcula impacto ao agro do Paraná diante das constantes interdições da via

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Segundo Faep, opção pelo Porto de Santos, apesar de maior gasto, já é opção devido às más condições da BR-277. (foto - Faep)

Segundo Faep, opção pelo Porto de Santos, apesar de maior gasto, já é opção devido às más condições da BR-277. (foto - Faep)

15deMarçode2023ás10:37

Levantamento realizado pela Federação de Agricultura do Paraná (Faep) aponta para um prejuízo de R$ 600 milhões aos produtores de soja caso o escoamento do grão no Estado passe a optar pelo porto de Santos. 

A alternativa é cogitada diante das constantes interdições da BR-277, que faz ligação Curitiba-Paraná, uma vez que a rodovia, por conta das chuvas, apresenta quedas de barreiras e mesmo risco de desmoronamento (em alguns trechos).

O estudo, feito pelo Departamento Técnico e Econômico (DTE) do Sistema FAEP/SENAR-PR, visa chamar atenção das autoridades políticas para a necessidade de investimentos nas rodovias do Paraná.

“O caos nas estradas do Paraná, em especial na ligação Curitiba-Paranaguá via BR-277, tem potencial para causar prejuízo bilionário ao agronegócio estadual”, diz a entidade, em nota.

A projeção leva em consideração o que ocorreria em um cenário de interrupção total da BR-277, única estrada que comporta o tráfego de cargas pesadas até o Porto de Paranaguá.

Neste caso, a produção teria que sair por outro complexo portuário.  “Já partiríamos de uma logística com prejuízo elevado ao setor produtivo, por conta do frete maior”, destaca o presidente do Sistema FAEP/SENAR-PR, Ágide Meneguette. 

Como exemplo, ele cita o frete de caminhão de sete eixos, com capacidade para 57 toneladas, que custa R$ 4,86 por saca no trajeto Cascavel-Paranaguá, que totaliza 600 quilômetros.

Já no itinerário Cascavel-Santos, cuja distância é de 1 mil quilômetros, o frete sai por R$ 7,73 por saca, quase 60% mais caro.