Quais tecnologias levam o Brasil a dominar o mercado global de laranja?

Citrosuco investiu R$ 200 milhões em softwares, inteligência artificial e sistemas para novos saltos

“A Citrosuco é a primeira empresa do setor de citricultura do mundo a ser 100% digitalizada", disse Tomás Balistero, COO da Citrosuco

“A Citrosuco é a primeira empresa do setor de citricultura do mundo a ser 100% digitalizada", disse Tomás Balistero, COO da Citrosuco

22deJunhode2023ás12:07

Os pomares brasileiros produzem, atualmente, entre 6 e 7 de cada 10 copos de suco de laranja consumidos em todo o mundo e isso não se dá por outro fator além das escolhas tecnológicas corretas feitas pelo setor.

A síntese é de Tomás Dandrea Balistiero, COO da Citrosuco, com quem o Agrofy News Brasil conversou durante o World Agritech Summit South America, que reuniu os principais agentes da inovação no agronegócio por dois dias em São Paulo.

Segundo ele, a escolha técnica mais definidora do domínio global brasileiro no setor foi, ainda nos anos 2000, combater o greening eliminando ou controlando seu vetor, o mosquito psilídeo, e não apenas a infestação bacteriana nas frutas.

A doença é devastadora para os laranjais e literalmente destruiu centenas de milhares de hectares de pomares na América do Norte, Europa e outros continentes. 

“Sem dúvidas, combater o mosquito vetor do greenning foi a decisão mais importante. O que aconteceu foi que os Estados Unidos produziam 250 milhões de caixas e hoje produzem 16 milhões. Já o Brasil produzirá 309 milhões de caixas na safra desse ano. Então, o Brasil é o grande vitorioso no processo de aplicação de ciência e de manejo”, detalha.

Na prática, os produtores brasileiros souberam adotar manejo integrado de pragas (MIP) que concilia tanto defensivos químicos, como biológicos. No caso, a vespa Tamarixia radiata, inimiga natural do psilídeo Diaphorina citri, que transmite a bactéria Candidatus Liberibacter spp., causadora do greening.

“A Citrosuco, por exemplo, produz mais de 10 milhões de tamaris em seus laboratórios e a gente aplica em nossos vizinhos porque é uma doença que não respeita limites de propriedades. Então, temos um controle interno e externo. Isso fez e faz uma diferença absoluta”, afirma.