Brasil muda de posição e impõe condições para abertura comercial sobre alimentos

Nova postura em relação à posição anterior foi apresentada na Cúpula dos Sistemas Alimentares das Nações Unidas

|
Secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Fernanda Machiaveli, lidera delegação brasileira na cúpula da ONU

Secretária-executiva do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Fernanda Machiaveli, lidera delegação brasileira na cúpula da ONU

26deJulhode2023ás16:48

O Brasil mudou sua posição sobre a liberalização do comércio internacional de alimentos e o papel do Estado na promoção da segurança alimentar, na Organização das Nações Unidas (ONU). Com a mudança, o Brasil impõe condições para abertura comercial no setor de alimentos. 

A nova postura em relação à posição do governo anterior foi apresentada na Cúpula dos Sistemas Alimentares das Nações Unidas, que reuniu mais de 20 chefes de Estado e de governo e mais de 100 delegações ministeriais em Roma, na Itália. 

O novo documento retira o trecho que defendia a liberalização do mercado mundial como essencial para alcançar os Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) de erradicação da pobreza extrema e de acabar com a fome até o ano de 2030. 

O governo agora argumenta que é preciso associar as “negociações comerciais internacionais à promoção da segurança alimentar e nutricional”. 

Novo documento

O documento acrescenta que a condução das negociações comerciais entre nações deve “proteger e promover os interesses dos agricultores familiares e a diversidade dos sistemas alimentares brasileiros”. 

Com a nova postura, o Brasil coloca condições para abertura comercial no setor de alimentos. 

“A abertura do comércio deve ser acompanhada de políticas de apoio e incentivo à agricultura familiar, garantindo sua participação justa e equitativa nos mercados nacionais e internacionais”, afirma o documento. 

No documento do governo Bolsonaro, mencionava-se que a “liberalização do mercado, incluindo o comércio internacional aberto” e o “livre comércio agrícola” seriam essenciais para alcançar a erradicação da pobreza extrema e acabar com a fome.