Quase 90% das mulheres inovadoras no agro passaram por situações de machismo
Pesquisa do Agtech Garage revela perfil da presença feminina no ambiente profissional do setor
|Pesquisa do AgTech Garage, no entanto, mostrou que 76,7% sentem-se acolhidas no agronegócio. (foto -divulgação)
O AgTech Garage divulgou, hoje, os resultados da segunda edição da pesquisa “Mulheres que inovam o Agro 2023” a fim de construir um agronegócio mais inclusivo.
Iniciativa do hub de inovação, que é parte do network PwC, o levantamento contou com respostas de mulheres de todo o Brasil a 25 perguntas de múltipla escolha, entre 15 de agosto a 10 de setembro.
Dalana de Matos, Estrategista de Inovação do AgTech Garage (PwC), afirma que o recorte proporcionou um panorama amplo da cadeia do agronegócio, com participantes que atuam do campo à mesa do consumidor.
“Estamos falando de uma amostra de 838 respondentes que atuam inovando o agro antes da porteira, dentro da porteira e depois da porteira. Um sinal de que a tecnologia tem contribuído para criar novas oportunidades de carreiras, atrair e reter talentos femininos no setor”, diz.
Quem são as Mulheres Que Inovam o Agro?
As mulheres de 25 a 55 anos foram a maioria entre as respondentes, 85,7% da amostra. Assim como as profissionais casadas (54,4%), autodeclaradas brancas (76,3%), que se identificam como cisgêneras (90,4%) e que não têm filhos (52,2%).
Como identificado na edição 2021 da pesquisa, as #MulheresQueInovamOAgro são altamente instruídas e 64,5% delas têm, no mínimo, pós-graduação.
Como área de formação, 35,6% vêm das Ciências Agrárias; 32,3% das Ciências Humanas; 19,1% das Ciências Exatas e 8,1% das Ciências Biológicas.
Apenas 4,9% informaram não ter formação técnica. Além disso, 55,3% das respondentes afirmam ter iniciado suas carreiras no setor, enquanto 44,7% fizeram transições de carreira.
Em relação à cadeia do agronegócio, elas se fazem presentes em todas as etapas produtivas.
Das áreas administrativas do setor (37%) à prestação de serviços (34%), desenvolvimento de tecnologias (22,9%), produção agrícola (19%), P&D (18,6%), pecuária (12,9%), produção de insumos (11,9%), comercialização e distribuição (9,8%), agroindústrias (9,7%), tradings (4,4%) até o mercado consumidor (6%).
E trabalham a partir de empresas de diversos portes: grandes (500+ colaboradores) 41,8%; médias (100 a 499 colaboradores) 13%; micro ou pequena empresa (até 99 colaboradores) 11,6%; propriedade rural 11,7%; startup 8,2%; consultoria 5,3%; academia ou instituto de pesquisa 1,4%; ONGs e terceiro setor 1,4%.