Produtor precisa R$ 33 a mais por saca para cultivar café "regenerativo”
Já para indústria, este valor seria mais baixo do que preço pago por créditos de carbono
Vendas globais de café certificado pela Rainforest Alliance aumentaram em 51% entre 2017 e 2021. (foto - CNA)
Os cafeicultores precisariam receber R$ 33 (US$ 6,6) a mais por saca para cobrir os custos adicionais do modelo de produção de café de baixo carbono ou regenerativo.
Isso porque, segundo o estudo “Desafios da produção de café de baixo carbono no Brasil”, divulgado nesta semana pelo Rabobank, os custos tendem a aumentar 7,2% no modelo de produção regenerativo. Apenas no quesito fertilizantes, a mudança custaria cerca de 20,7% mais.
“A transição para um sistema de produção regenerativo apresenta desafios e custos iniciais para os produtores, mas conversas com cooperativas e produtores ressaltam os potenciais benefícios a longo prazo, além de um potencial aumento da produtividade”, diz o documento.
Potenciais ambiental e mercadológico
Um estudo realizado pelo Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) e pela Imaflora (Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola) analisou a pegada de carbono de 40 fazendas em Minas Gerais.
O balanço médio de carbono variou de 1,63 a 10,5 toneladas de CO2 equivalente por hectare por ano, dependendo do sistema de cultivo (sistema convencional ou adotando boas práticas agrícolas/regenerativas).
O valor extra de R$ 33 por saca (a valores de julho de 2023) a ser pago pelos compradores de café poderia levar a uma redução potencial de 8,9 toneladas de CO2 equivalente por hectare anualmente.