"Queremos um patamar diferente: devolver à natureza o que tiramos dela", diz presidente da Yara Brasil

Empresa anunciou R$ 90 milhões para pesquisa em fertilizantes foliares, linhas de bioinsumos e produção comercial na primeira planta de amônia verde

"Hoje 85% do fertilizante para o Brasil é importado e nós queremos contribuir para essa redução", reforça o presidente da Yara Brasil, Marcelo Altiere. (foto - divulgação)

"Hoje 85% do fertilizante para o Brasil é importado e nós queremos contribuir para essa redução", reforça o presidente da Yara Brasil, Marcelo Altiere. (foto - divulgação)

05deDezembrode2023ás19:34

A Yara definiu um novo patamar no quesito da sustentabilidade e tem o Brasil como praça central nessa estratégia. A multinacional norueguesa entende que já não basta chegar ao balanço zero, mas é preciso “devolver à natureza o que extraímos” por meio da agricultura regenerativa.

O presidente da Yara Brasil, Marcelo Altiere, anunciou o início das operações comerciais da planta de amônia verde em Cubatão, investimentos de R$ 90 milhões em P&D para fertilizantes foliares em Sumaré e, também, pesquisas em biofertilizantes e uma nova linha bioestimulantes, chamada YaraAmplix. E tudo deve estar em curso já no primeiro semestre de 2024.

Além disso, ele também comunicou que a unidade de Rio Grande, a maior da empresa no Brasil, chegou a 100% de sua capacidade produtiva de NPK. O complexo já produz 1,1 milhão de toneladas por ano, praticamente o dobro em relação há um ano.

As informações foram apresentadas hoje (dia 5) em um almoço para jornalistas em São Paulo. O Agrofy News também pôde entrevistar o executivo sobre estes e outros temas.

Confira a seguir alguns dos principais trechos:

"Como a Yara pretende elevar o potencial produtivo dos agricultores? 

Colocamos o agricultor no centro da nossa da nossa estratégia e, por isso, trazemos nosso conhecimento mais recente para ele produzir melhor e de maneira mais eficiente.

Como companhia, estamos desenvolvendo soluções positivas para a natureza. Temos a missão de cultivar um futuro alimentar positivo para a natureza. É uma grande evolução para a nossa empresa.

A relação da agricultura com a natureza não é só clima, é também com a biodiversidade do solo, por exemplo.

As lavouras precisam de soluções nutricionais para desbloquear o potencial produtivo das culturas para que haja produção de mais volume em harmonia com a natureza.

Então, desenvolvemos soluções com base em uma nutrição mais completa, não só os nutrientes principais, nitrogênio, fósforo e potássio.

E como isso se reflexa no Brasil? 

Esse é o primeiro ano que de operação do Complexo de Rio Grande com 100% da sua capacidade produtiva. Então foi uma satisfação importante porque foi um investimento muito grande, de US$ 500 milhões, para aproveitar essa capacidade de 1,1 milhão de toneladas de NPK.

Mas temos outras novidades interessantes. Entre elas, o Complexo de Cubatão. No segundo semestre 2023, implementarmos uma tecnologia de catalisadores que reduz as emissões no processo produtivo de nitrato de amônia em 50% em comparação ao processo tradicional.

Vamos começar a produzir em escala comercial até o segundo trimestre de 2024. É o fertilizante de ultrabaixa emissão, a amônia verde. Os fertilizantes que saem dessa planta já têm metade das emissões. E fazemos isso com biometano. Trata-se de uma grande iniciativa para descarbonizar a cadeia alimentícia. É a primeira planta de green amônia do Brasil.

Vamos produzir aqui primeiro do que na Europa. No primeiro momento, será cerca de 3% de toda a amônia que produzimos anualmente, mesmo com o biometano sendo 30% a 40% mais caro. Mas acredito que, com ganho de escala, poderemos baratear.

Para complementar toda essa oferta, temos uma unidade em Sumaré que, além de misturar fertilizantes solúveis, é uma planta de fertilizantes foliares em um complexo supermoderno com uma capacidade de 40 milhões de litros, que está em plena produção.