“Não queremos uma guerra na América do Sul”, diz Lula

Presidente mostra preocupação com crise entre Venezuela e Guiana

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Lula esperava anunciar assinatura de um tratado de comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE). (Foto-Tânia Rego/Ag. Brasil)

Lula esperava anunciar assinatura de um tratado de comércio entre o Mercosul e a União Europeia (UE). (Foto-Tânia Rego/Ag. Brasil)

08deDezembrode2023ás09:40

“Vamos tratar com muito carinho porque uma coisa que não queremos aqui na América do Sul é guerra. Nós não precisamos de guerra, não precisamos de conflito. Nós precisamos é construir a paz.”

Foi assim que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva avaliou a situação em Equessibo, território em disputa por Venezuela e Guiana, que faz também fronteira com o norte do Brasil.

No último domingo (3), a Venezuela aprovou um referendo que torna a região parte do país. Há dois dias, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, determinou a criação de um estado na área disputada.

Lula afirmou que está acompanhando com “crescente preocupação” a situação.

A preocupação do presidente foi manifestada durante a abertura de reunião de cúpula dos países membros do Mercosul, no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, ontem (dia 7).

“O Mercosul não pode ficar alheio a essa situação. Não queremos que esse tema contamine a retomada do processo de integração regional ou constitua ameaça à paz e estabilidade”, disse.

Lula se ofereceu para mediar a crise e defendeu que a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União de Nações Sul-Americanas (Unasul) sejam utilizadas para o encaminhamento pacífico da questão.

O presidente brasileiro colocou o país à disposição para sediar “quantas reuniões forem necessárias” entre as partes envolvidas.

A Venezuela é membro do Mercosul, mas está suspensa desde 2017 pelo não cumprimento de cláusulas democráticas.

Argentina

Além do mandatário brasileiro estão presentes no encontro o presidente Luis Lacalle Pou, do Uruguai; Santiago Peña, do Paraguai; e Alberto Fernández, da Argentina, que deixará o cargo dentro de três dias.

Ele será substituído por Javier Milei, que fez campanha se mostrando crítico ao Mercosul.