98% dos investidores desconfiam de relatórios corporativos sobre sustentabilidade
Pesquisa global da PwC aponta maneiras de aumentar a credibilidade e outros temas relevantes para atrair investimentos
|No Brasil, quase 70% afirmaram que uma adoção rápida da IA é muito ou extremamente importante.
Mais de nove em cada dez investidores brasileiros (98%) acreditam que os relatórios corporativos sobre o desempenho da sustentabilidade contêm informações não comprovadas.
A informação consta na Pesquisa Global com Investidores 2023 da PwC, que foi publicada recentemente. No mundo, esse índice é de 94%, um pouco menor do que os resultados entre os brasileiros.
A terceira edição da pesquisa entrevistou investidores e analistas de diferentes regiões, classes de ativos e abordagens de investimento para obter informações sobre os fatores que mais afetam as empresas em que investem.
A pesquisa conclui que, globalmente, embora as preocupações macroeconômicas e inflacionárias continuem a ser as principais, elas diminuíram em 2022. Em 2023, os riscos climáticos aumentaram consideravelmente, comparando-se ao risco cibernético (32%).
Ao mesmo tempo, a pesquisa traça o quadro de um cenário de investimento impulsionado pela transformação tecnológica: 59% identificaram essa mudança como o fator mais provável de influenciar a forma como as empresas criam valor nos próximos três anos.
Em particular, no Brasil, quase 70% disseram que a adoção mais rápida da Inteligência Artificial (IA) é “muito” ou “extremamente importante”.
O tema da sustentabilidade também continua a ser fundamental para os investidores: globalmente, 75% afirmam que a forma como uma empresa faz a gestão de riscos e oportunidades relacionados ao tema é um importante nas suas decisões de investimento, embora tenha diminuído 4% em relação a 2022.
“A pesquisa deixa claro que existe uma gama importante de temas que os investidores levam em consideração ao investir em uma empresa. Além dos temas de sustentabilidade, os investidores consideram atributos como a competência e o histórico da administração, a capacidade de inovação, além de temas ligados a tecnologias emergentes e segurança de dados”, comenta o sócio da PwC Brasil Mauricio Colombari.
Segundo ele, a pesquisa revela uma seletividade cada vez maior e um desafio para as empresas demonstrarem que estão avançando em uma gama de assuntos tão relevantes como diversos.