Agro brasileiro tem subsídio 92,6% menor que média de 38 países da OCDE
Suporte governamental caiu expressivamente nas últimas décadas
A agropecuária brasileira tem subsídio 92,6% menor em relação ao valor da produção do que a média dos 38 países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).
A conclusão é possível a partir do artigo "Subsídios agrícolas: Brasil x mundo" de Décio Luiz Gazzoni, membro do Conselho Científico Agro Sustentável, que analisa o tema.
“Houve o tempo em que agricultores brasileiros recebiam diversos subsídios, em especial nas taxas de juros de crédito agrícola. Pois esse tempo passou e hoje é um registro histórico como o agronegócio brasileiro tornou-se competitivo, dispensando, progressivamente, a muleta dos subsídios”, aponta Décio.
Subsídio por receita
Segundo o especialista, existem diferentes conceitos para se medir os suportes públicos ao produtor rural, os chamados subsídios.
O conceito “Estimativa de suporte aos produtores” (PSE), por exemplo, remete às transferências brutas para os produtores agrícolas de maneira individual. O modelo inclui mecanismos de política agrícola, como o suporte aos preços de comercialização, subsídios ao crédito e seguro rural e demais subvenções ao produtor.
Neste caso, o Brasil reduziu em 86% o aporte direto, de US$ 13,81 bilhões em 2000 para US$ 1,96 bilhão em 2020. Em relação à receita bruta do agricultor (RBA), o suporte direto caiu de 9,08% (2000) para 1,35% (2020).
Em outros países, segundo dados do Cepea, a mesma comparação mostra percentuais até 14 vezes mais altos, como é o caso da União Europeia (UE), por exemplo.
Quais países têm mais subsídios ao agro?
- União Europeia - 19,33%
- OCDE - 18,07%
- China - 12,17%
- Estados Unidos – 11,03%
- Rússia - 6,68%
- Brasil – 1,35%
Subsídio por orçamento governamental
O segundo conceito sobre o assunto é a “Estimativa de suporte total” (TSE), que é o valor total anual transferido do orçamento governamental para a agropecuária ou aos consumidores de gêneros agropecuários.