Cientistas concluem sequenciamento genético do café arábica
A pesquisa foi publicada em abril na revista Nature Genetics
|Um grupo de 69 cientistas de 18 países conseguiu sequenciar de forma inédita o genoma referência do café arábica (Coffea arabica), espécie mais consumida no mundo e que corresponde a 70% de toda a produção brasileira.
Esse tipo resulta do cruzamento de outras duas espécies, a Coffea canephora – conhecida no Brasil pelas variedades conilon e robusta – e a Coffea eugenioides. A mescla confere ao arábica características genéticas que, até o momento, dificultavam seu sequenciamento completo.
Com a descoberta publicada em abril na revista Nature Genetics em abril, pesquisadores poderão trabalhar em melhoramentos genéticos para tornarem o café arábica mais resistente a pragas e a condições climáticas adversas, além de aumentarem seu valor agregado.
“Agora, com um conhecimento genético mais detalhado da planta, poderemos analisar quais genes estão relacionados com cada uma de suas características, como acidez, aroma e sabor, e fazer alterações gênicas para obtermos um produto de maior qualidade”, aponta João Meidanis, professor do Instituto de Computação (IC) da Unicamp, pesquisador em bioinformática e um dos autores do estudo.
Professor João Meidanis integrou equipes de 69 cientistas de 18 países
Quebra-cabeça
Sequenciar o genoma de uma espécie consiste em decodificar uma molécula inteira de DNA – em suas bases nitrogenadas de adeninas, timinas, citosinas e guaninas.
Ao “traduzir” uma sequência, os pesquisadores conseguem analisar quais trechos respondem por uma determinada característica do portador dessa carga genética. Como são muito extensos, os sequenciamentos são divididos por trechos e depois montados, como em um quebra-cabeça.