Setor de aves e suínos do RS fala em cenário bastante caótico hoje e em um futuro próximo

Estado é responsável por 11% da produção de carne de frango e 19,8% da produção de suínos nacional

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Setor de aves e suínos do RS fala em cenário bastante caótico hoje e em um futuro próximo
06deMaiode2024ás15:13

Um cenário bastante caótico. É assim que avicultura e da suinocultura do Rio Grande do Sul mostra como está o cenário do setor hoje e até o fim do mês pelo menos devido ao pior desastre climático da história do estado, que já afetou 873.275 pessoas em 364 cidades e causou 83 mortes até agora.

Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), a prioridade, neste momento, é salvar vidas e permitir o necessário à sobrevivência daqueles que foram mais impactos e perderam tudo neste momento.

Paralelo a isso, a ABPA e seus associados, e em apoio à Associação Gaúcha de Avicultura (ASGAV) e o Sindicato das Indústrias Produtoras de Produtos Suínos do Rio Grande do Sul (SIPS), estão monitorando o quadro da avicultura e da suinocultura do Estado.

Também está na prioridade a alimentação dos animais que estão no campo. Núcleos de produção enfrentam não apenas perdas estruturais, mas também itens básicos como água, luz e telecomunicações, explica a ABPA.

Pelos levantamentos da ABPA, dez unidades produtoras de carne de aves e de suínos estão paralisadas ou com dificuldades extremas de operar pela impossibilidade de processar insumos ou de transportar colaboradores.

O estado produz 11% da produção de carne de frango e 19,8% da produção de suínos nacional, que são direcionados para consumo nas gôndolas do próprio estado e para a exportação.

“Com a inviabilização temporária de núcleos que representam a maior parte da produção de carne de frango e grande parte da carne suína do estado, há temor de que, além dos problemas já vivenciados hoje, a população gaúcha deverá enfrentar desabastecimento de produtos até a retomada do sistema de produção – o que poderá demorar mais de 30 dias”, explica a ABPA em nota.

O Conselho Diretivo da ABPA realizou uma reunião virtual hoje pela manhã (dia 6) para o mapeamento de medidas de apoio ao enfrentamento da crise.  “As ações a serem adotadas estão em estudo – o foco de todos, neste momento, está no apoio às vítimas”, explicou a entidade.

Ontem, o governador do RS, Eduardo Leite, afirmou que as cadeias produtivas da agropecuária já estão sofrendo os impactos das chuvas, principalmente de aves e suínos. Isto porque os animais não conseguem chegar nos frigoríficos.

Leite advertiu para o risco de desabastecimento e de colapso em diversas áreas, por causa da interdição do Aeroporto Salgado Filho, dos bloqueios e destruições em rodovias e da falta de energia e água em diversas localidades.