Há vida após a bolha: por que investidores estão otimistas sobre o futuro da inovação no agro?

Inovação agropecuária na América Latina deve tornar-se cada vez mais importante para investidores

Há vida após a bolha: por que investidores estão otimistas sobre o futuro da inovação no agro?
19deJunhode2024ás10:22

O investimento em startups com foco em agropecuária e alimentos despencou 69,9% (de US$ 51 bilhões para US$ 16 bilhões) em 2023 em relação a 2021 em todo o mundo, segundo a Agfunder.

Ainda assim, algumas das principais VCs (Venture Capital) focadas no setor estão otimistas sobre as agtechs na América Latina e no mundo.

As justificativas foram apresentadas, ontem (dia 18), no “Painel de Investidores: Desafios e Financiamento da AgTech”, durante o World Agritech Summit, que ocorre até hoje (dia 19), em São Paulo.

A discussão focou nas estratégias para mitigação de riscos e áreas de maior potencial de crescimento no ecossistema agtech no Brasil e em toda América Latina.

Para Francisco Jardim, sócio da SP Ventures, o interesse pelas inovações diretamente ligadas à produção agropecuária nunca foi tão grande.

De fato, segundo o relatório da Agfunders, os investimentos em deliveries e foodtechs, que representavam a maior fatia do total nos anos anteriores, tiveram grande redução.

Vale dizer que tais setores não são diretamente vinculados à atividade agropecuária, seja na produção ou mesmo gestão.

Por outro lado, os aportes para categorias como mecanização, equipamentos, robôs, bioenergia e biomateriais tiveram expressivo crescimento e, inclusive, ganharam maior relevância no total de investimentos de inovação na agropecuária.

“Nunca vimos tanto interesse de investidores gerais no setor de tecnologia agrícola na América Latina. Se olharmos para os últimos anos, a indústria se consolidou. capital de risco em tecnologia no setor agrícola na América Latina era realmente uma área alternativa e inexistente”, disse.