Pragas atingem pasto e matam mais de 7 mil animais em Roraima
Prejuízo estimado gira em torno de R$ 63 milhões
|Até a primeira semana de julho, a praga da lagarta e do percevejo atingiu uma área que ultrapassa os 54 mil hectares de pastagens prejudicadas em Roraima e provocou a morte de mais de 7.300 bovinos por conta da ausência de forragens que foram atacadas por estas pragas. O apontamento foi feito pelo Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural de Roraima (Iater).
Segundo o Instituto, no período, foram realizados mais de 845 diagnósticos preliminares em áreas de produção agropecuária em pelo menos 10 municípios. O prejuízo estimado gira em torno de R$ 63 milhões.
A combinação de estiagem prolongada e incêndios florestais já diminuiu as pastagens e a proliferação de pragas, como a lagarta militar e o percevejo-das-gramíneas, que têm atacado severamente as pastagens, reduzindo ainda mais a disponibilidade de forragem, comprometendo a produção animal.
As lagartas militares surgem de larvas depositadas por uma espécie de mariposa. Essas lagartas se alimentam justamente da folhagem da vegetação disponível para alimento do gado.
Já os percevejos-das-gramíneas, são insetos sugadores que se alimentam da seiva das plantas, que são as principais fontes de forragem para bovinos.
Uma outra hipótese levantada pelo pesquisador da Embrapa Roraima Daniel Schurt, mas que ainda precisa de estudos para comprovação, é que a forte estiagem, somada às queimadas, sejam elas criminosas ou não, eliminaram ou fizeram diminuir a proporção dos inimigos naturais destas lagartas e percevejos.
Outros insetos, sapos, rãs, morcegos, passarinhos e libélulas, que convivem e são os inimigos naturais dessas pragas, simplesmente não se reproduziram na mesma velocidade.