Nem bituca, nem raio, nem caco de vidro: o que está por trás de tantos incêndios?

Número de focos mais que dobrou por uma causa revoltante de acordo com especialista

Nem bituca, nem raio, nem caco de vidro: o que está por trás de tantos incêndios?
11deSetembrode2024ás15:11

O Brasil experimenta em 2024 o maior número incêndios desde 2010 com mais de 160 mil focos de janeiro até início de agosto, o dobro em relação ao mesmo período de 2023, de acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Apesar do clima seco no ano considerado o mais quente da história, as causas do explosivo aumento das queimadas não são naturais, mesmo em um ano marcado pelo El Niño, que eleva temperaturas e reduz as chuvas em boa parte do país.

A vegetação ressecada favorece o alastramento do fogo, no entanto, é unânime entre especialistas que menos de 1% do início das queimadas ocorre espontânea ou naturalmente.

As causas naturais, como raios ou atividade vulcânica, inclusive podem ser descartadas no caso específico do Brasil nos últimos meses.

Não temos vulcões ativos e as regiões mais atingidas pelo fogo têm tido baixíssimo registro de descargas elétrica justamente por não haver nuvens dada à massa de ar seco.

Definitivamente não existe incêndio natural em período seco no Brasil porque não há raios”, sentencia o especialista em ecologia do fogo Christian Berlinck, do ICMBio.

Assim, talvez a totalidade dos casos registrados têm a mão humana, intencional ou acidentalmente. As causas mais comumente citadas são bitucas de cigarro, queima de lixo em quintais, balões e cacos de vidro ou outros materiais que concentram calor.

Como um incêndio começa na vegetação?

Berlinck frisa que para começar um incêndio é necessário que haja uma fonte de calor de aproximadamente 300ºC.