ABMRA ambiciona converter 70 milhões de brasileiros a "favoráveis ao agro"

Projeto Marca Agro Brasil demandará investimento na ordem de R$ 300 milhões em sua primeira fase

ABMRA ambiciona converter 70 milhões de brasileiros a "favoráveis ao agro"
19deSetembrode2024ás20:30

A Associação Brasileira de Marketing Rural (ABMRA) tem a meta de converter 70 milhões de brasileiros de um posicionamento “neutro” para um “favorável” ao agronegócio.

Esse é o objetivo da primeira fase do projeto Marca Agro Brasil, que está previsto para entrar em execução no início de 2025. A meta se baseia na pesquisa "Percepções sobre o Agro", segundo a qual 33% dos brasileiros são neutros em relação ao setor.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), população brasileira era de 212,6 milhões de habitantes em 1º de julho de 2024. Deste modo, a meta da ABMRA corresponde a 70,8 milhões de pessoas.

“Esse estudo revelou que o agro não construiu sua marca de maneira consistente. Ainda não temos um posicionamento claro. O grande objetivo do projeto é justamente mudar isso”, explica Ricardo Nicodemos, presidente da ABMRA.

Segundo ele, o agronegócio evoluiu enormemente nas últimas cinco décadas nos aspectos produtivos, técnicos e ambientais, mas deixou de lado a comunicação com a sociedade.

Nicodemos revelou em entrevista ao Agrofy News que a ABMRA está em fase de consolidação dos parceiros do projeto Marca Agro Brasil e o pontapé inicial será um hub de conteúdo capaz de atender de donas de casa, crianças e curiosos até especialistas, produtores e jornalistas.

As fases seguintes preveem o Marca Agro Brasil nas ruas, inclusive, com “corpo a corpo” junto a consumidores em estabelecimentos comerciais, comunicação por rádio, visita de estudantes a fazendas e diversas outras iniciativas.

“Esse é um projeto de longo prazo, com uma previsão de duração de 5 a 8 anos. Vamos acompanhar a evolução por meio de pesquisas periódicas. A primeira fase, que chamamos de "primeira temporada", será de um ano, focando no público neutro”, adianta.

O presidente da ABMRA estima cifras da ordem de R$ 300 milhões para a primeira fase de construção da Marca Agro Brasil já que, apesar de algumas boas iniciativas pontuais, a construção da imagem do setor parte do zero.

“O grande objetivo do projeto é justamente mudar isso. Precisamos construir uma marca forte para o agro, com uma narrativa própria, porque, quando não contamos nossa história, alguém o faz da maneira que acha mais conveniente”, avalia.

Na entrevista a seguir, Ricardo Nicodemos detalha os destaques do 16º Congresso ABMRA e sobre o projeto da Marca Agro Brasil:

"Ricardo, por favor, nos conte quais são as principais novidades do Congresso ABMRA deste ano.

Nós estruturamos cinco painéis que se intercalam, tratando de temas extremamente importantes para o dia a dia do marketing e da comunicação. O primeiro painel trata sobre como construir times de alta performance, integrando diferentes gerações e engajando colaboradores.

Temos também um painel sobre o poder da economia verde e os resultados que ela pode trazer para as marcas. Outro painel abordará o mix de comunicação, destacando a importância de equilibrar meios digitais com outros canais.

Outro ponto interessante é um painel sobre a construção de marca no setor agropecuário. Teremos a participação internacional da CEO Camila, do Café Juan Valdez, da Colômbia. Esse painel será um ótimo momento para discutirmos o nível de desenvolvimento da construção de marca no agro brasileiro, comparando-o com outros países.

Como você avalia o estágio de desenvolvimento da construção de marca dos produtos agropecuários brasileiros, como carne e café? Que nota você daria ao Brasil nesse aspecto?