Revendas regionais devem ganhar força, diz especialista
Renato Seraphim, CEO da Ciarama Máquinas, tem “otimismo moderado” para safra 2024/2025
A última safra agrícola no Brasil foi marcada por desafios econômicos e climáticos que pressionaram o setor de revendas e distribuição.
No entanto, em vez de provocar um impacto devastador no setor, esses desafios trouxeram lições valiosas.
Renato Seraphim, CEO da Ciarama Máquinas John Deere e especialista do setor de revendas, aponta que tanto agricultores como as revendas tiveram oportunidades de aprendizado para adaptar suas estratégias e realizar uma temporada 2024/2025 melhor.
Segundo ele, essa experiência com a safra passada está sendo mais educativa do que traumática para o agronegócio.
A repercussão no setor de insumos agrícolas gerou, sim, uma onda de recuperações judiciais para algumas empresas, mas, segundo Seraphim, o total não representa nem 2% do setor.
Por outro lado, tal cenário ampliou as oportunidades para diversos players, especialmente revendas regionais. “No setor agrícola, vemos o mesmo: grupos locais, plataformas digitais e venda direta crescem porque o agricultor confia”, lembra.
Ele acredita que o agronegócio, sendo intrinsecamente um mercado de risco, sempre enfrentará altos e baixos. Por isso, o aprendizado é fundamental, destacando a importância da diversidade e da resiliência nas estratégias dos distribuidores.
Para Seraphim, a adaptação ao cenário atual envolve entender as peculiaridades de cada região brasileira, tal como acontece no varejo tradicional.
As grandes redes de insumos enfrentaram dificuldades ao não se adaptarem às especificidades regionais, o que abriu espaço para distribuidores regionais e novas plataformas de comércio digital.
“Esse modelo de acesso diversificado, que leva em consideração a diversidade do Brasil, deve ser o foco dos empresários do setor”, acrescenta.