Exportadores têm prejuízo logístico de R$ 11,9 mi com não embarque de café em novembro

No agregado de 2024, 1,615 milhão de sacas de café seguem acumuladas nos portos sem embarque

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Apesar das dificuldades, o Brasil bateu recorde anual de exportação de café, alcançando 46,4 milhões de sacas até novembro. (Foto: José Fernando Ogura/Arquivo AEN)

Apesar das dificuldades, o Brasil bateu recorde anual de exportação de café, alcançando 46,4 milhões de sacas até novembro. (Foto: José Fernando Ogura/Arquivo AEN)

08deJaneirode2025ás14:33

Os desafios logísticos do agronegócio brasileiro em 2024, já alertados pela cadeia da fruticultura, também impactaram fortemente o setor cafeeiro.

Dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) revelam que 1,615 milhão de sacas de 60 kg – equivalentes a 4.895 contêineres – deixaram de ser embarcadas até novembro devido a atrasos, alterações de escala de navios e rolagens de cargas nos portos.

Esses entraves resultaram em um prejuízo logístico de R$ 11,93 milhões somente em novembro, causado por custos extras com armazenagem, detentions, pré-stacking e antecipação de gates.

Além disso, com o preço médio Free on Board (FOB) de US$ 290,66 por saca e a cotação média do dólar em R$ 5,8065, o país deixou de receber US$ 469,53 milhões (R$ 2,726 bilhões) em receita cambial nos 11 primeiros meses do ano.

Infraestrutura defasada limita exportações

Eduardo Heron, diretor técnico do Cecafé, aponta que a falta de infraestrutura portuária adequada é o principal gargalo logístico.

“Os principais portos brasileiros não acompanharam a evolução do agronegócio. É urgente ampliar a capacidade dos pátios, berços e calados para atender às demandas crescentes, além de melhorar as condições das rodovias, ferrovias e hidrovias que conectam o setor aos portos”, afirma Heron.