Caos climático: os efeitos do La Niña no Brasil
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O planeta já está sob a influência do fenômeno climático La Niña, conforme anunciado pela Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) em janeiro de 2024.
Mas como esse fenômeno afeta o Brasil?
A meteorologista Danielle Ferreira, do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), explica que, em anos de La Niña, há uma redução significativa das chuvas na Região Sul do Brasil, tanto em quantidade quanto em frequência, com possibilidade de longos períodos de estiagem.
No entanto, os efeitos do La Niña não se limitam ao Sul. O fenômeno, que se origina no Oceano Pacífico Equatorial, provoca impactos distintos em diversas regiões do país.
Na faixa norte das regiões Norte e Nordeste, ocorre o oposto: excesso de chuvas. Esse cenário tem sido registrado atualmente, com sucessivos alertas laranja para chuvas intensas nessas áreas.
"As frentes frias avançam mais rapidamente pelo leste da Região Sul, levando mais chuvas para o Sudeste e, em alguns casos, até o litoral do Nordeste. No entanto, esse padrão pode variar, já que outros fatores, como a temperatura do Oceano Atlântico Tropical e da costa sudeste da América do Sul, também influenciam a intensidade dos impactos do La Niña", destaca a meteorologista.
O aquecimento do Atlântico Tropical, por exemplo, favorece o aumento das chuvas no Norte do Brasil, devido ao deslocamento da Zona de Convergência Intertropical (ZCIT) para o sul de sua posição habitual.