Grandes cada vez maiores: fusões e aquisições no agro mais que dobram em 2024
O ano de 2025 começa com o mesmo ritmo aquecido
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O Brasil registrou 1.582 fusões e aquisições em 2024, um aumento de 5% em relação a 2023, quando foram contabilizadas 1.505 operações. Os dados são da tradicional pesquisa da KPMG, que analisou 43 setores da economia.
Dentre as 43 áreas, o agronegócio foi um dos grandes destaques do levantamento, mais que dobrando o número de transações em relação ao ano anterior.
De janeiro a dezembro de 2024, o agronegócio realizou 12 operações de fusões e aquisições, número 140% superior ao de 2023, quando ocorreram cinco transações.
Esse foi o maior volume registrado pelo setor nos últimos cinco anos, impulsionado, principalmente, pelas áreas sucroalcooleira e de fertilizantes.
Segundo o levantamento da KPMG, das 12 transações realizadas, cinco foram domésticas, entre empresas brasileiras; três envolveram estrangeiros adquirindo companhias estabelecidas no Brasil; três ocorreram com brasileiros comprando ativos de estrangeiros no país; e uma foi negociada entre estrangeiros, com ativos em território brasileiro.
Entre as principais transações do ano, destacam-se:
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BP adquire 50% da Bunge na BP Bunge Bioenergia, assumindo controle total da joint venture (junho).
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Aqua Capital compra a Solubio, do mercado de agricultura regenerativa, por R$ 100 milhões (agosto).
Giovana Araújo, sócia-líder de agronegócio da KPMG, comentou sobre o desempenho expressivo do setor de fertilizantes, apontando que esse crescimento era esperado devido à alta demanda de capital e à exposição a riscos, especialmente diante do aumento de recuperações judiciais na agropecuária.
A pesquisa também mostrou o histórico recente de fusões no setor agropecuário: em 2022, foram registradas 11 transações; em 2021 e 2020, nove em cada ano.