Modernização do agro muda perfil do emprego, acelera mudanças e exige mais qualificação

Entre 2012 e 2023, aproximadamente dois milhões de postos de trabalho foram eliminados no campo

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Setores ligados ao agronegócio, como a agroindústria e os agrosserviços, apresentaram crescimento. ( Foto: Wenderson Araujo/Trilux)

Setores ligados ao agronegócio, como a agroindústria e os agrosserviços, apresentaram crescimento. ( Foto: Wenderson Araujo/Trilux)

05deMarçode2025ás13:03

A modernização do agronegócio tem transformado o mercado de trabalho no setor. Embora a adoção de novas tecnologias tenha impulsionado a produtividade, a qualificação da mão de obra e a inclusão de trabalhadores ainda são desafios a serem superados. 

Esse cenário foi tema de debate da Rede de Socioeconomia da Agricultura (RSA), iniciativa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), que reuniu especialistas para analisar as mudanças e perspectivas para o emprego rural.

Apesar da relevância do agronegócio na geração de empregos, a ocupação na agropecuária vem caindo ao longo dos anos.

A economista Isabel Mendes de Faria, da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), apresentou um panorama atualizado do setor e destacou que, em 2023, o agronegócio representou 26,8% dos empregos no Brasil, empregando cerca de 28,3 milhões de pessoas.

No entanto,  os dados indicam uma migração da força de trabalho rural para segmentos como agroindústria e agrosserviços.

Impacto da mecanização e desafios da formalização

Entre 2012 e 2023, aproximadamente dois milhões de postos de trabalho foram eliminados no campo, reflexo da crescente mecanização e da busca por maior qualificação.

Segundo Isabel, esse movimento reforça a necessidade de capacitação profissional para que os trabalhadores possam se adaptar às novas demandas. "O aumento da produtividade tem sido um fator determinante para a transformação do emprego rural", afirmou.

Outro desafio apontado é a formalização dos trabalhadores. Atualmente, 45% da mão de obra no campo ainda não possui carteira assinada, apesar de uma redução de 2,9% na informalidade entre 2022 e 2023. 

No mesmo período, o número de empregados com carteira assinada cresceu 6%. Para Isabel, o entrave principal são os custos da formalização.