Cosan amarga prejuízo de R$ 9,4 bilhões em 2024: pior já passou ou terra arrasada?
Conglomerado tem o controle da Raízen, Rumo, Compass, Moove e Radar, após vender participação minoritária na Vale

A Cosan registrou um prejuízo líquido de R$ 9,42 bilhões em 2024, revertendo o lucro de R$ 1,09 bilhão reportado no ano anterior.
O resultado foi impactado por ajustes contábeis, incluindo impairments (depreciações) de investimentos e ativos, além de perdas relacionadas à venda de sua participação na Vale.
"Mesmo diante de um cenário macro mais desafiador, com juros altos e inflação, tivemos resultados operacionais relevantes na maior parte das investidas do portfólio”, disse Marcelo Martins, CEO da Cosan.
A receita operacional líquida consolidada da companhia, por exemplo, cresceu 11%, atingindo R$ 43,95 bilhões, ante R$ 39,47 bilhões em 2023.
O lucro bruto da Cosan também apresentou crescimento significativo, avançando 26% e alcançando R$ 13,71 bilhões.
Entre os principais fatores que levaram ao prejuízo, a Cosan reportou uma perda de R$ 4,6 bilhões relacionada ao impairment do investimento na Vale, além de uma provisão para baixa de ativos na controlada Rumo Malha Sul, no valor de R$ 3,1 bilhões.
Adicionalmente, a companhia registrou uma despesa financeira líquida de R$ 8,75 bilhões, um aumento de 11% em relação ao ano anterior.
Quais empresas do grupo Cosan se salvaram em 2024?
Apesar do prejuízo consolidado, quatro empresas do grupo tiveram desempenho positivo em 2024: Rumo, Compass, Moove e Radar.
A Rumo, operadora ferroviária do grupo, obteve um aumento de 27% na receita líquida, que somou R$ 13,9 bilhões, impulsionada pelo crescimento de 3% no volume transportado e pelo aumento de 24% na tarifa média de transporte.
"A Rumo teve sólido desempenho no ano, com crescimento do volume transportado (incluindo alguns meses de volume mensal recorde), aumento de market share na exportação pelo Porto de Santos e maior tarifa média anual”, disse Martins.