Guerra Rússia e Ucrânia: qual o impacto para o agro após três anos de conflito?
Ambos lados perderam, tanto em vidas, como nos aspectos econômicos
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Três anos após a invasão da Ucrânia, iniciada em 20 de fevereiro de 2022, o conflito continua a remodelar o cenário geopolítico e econômico global.
Enquanto a Rússia avança territorialmente, a Ucrânia enfrenta desafios trabalhistas e uma crescente dependência de ajuda externa, enquanto o comércio de commodities e minerais se torna um novo ponto focal da disputa entre os dois países.
A partir de 2024, a Rússia expandiu ainda mais seu controle sobre aproximadamente 4 mil km², com uma perda estimada de 430 mil soldados – um número significativo em comparação com conflitos históricos.
A Ucrânia, por sua vez, viu sua população cair em 25% desde o início da guerra, enfrentando um aumento no número de refugiados e dificuldades para modernizar e repor seu arsenal, que ainda contém equipamentos da era soviética.
"Ambos os lados pagaram um alto preço nesta guerra de desgaste. A Rússia perdeu um número significativo de soldados e equipamentos por ganhos territoriais limitados, enquanto a Ucrânia enfrenta uma crescente crise de mão de obra após três anos de conflito intenso", afirma Chris Trant, diretor de agricultura dos EUA na Hedgepoint Global Markets.
As economias de ambos os países estão em jogo
O rublo russo já perdeu 16% de seu valor desde o início do conflito, enquanto a Ucrânia conseguiu manter uma relativa estabilidade da moeda, apesar das dificuldades econômicas.
Com o recente congelamento da ajuda militar dos EUA, a incerteza sobre o futuro financeiro da Ucrânia está aumentando.
"A batalha por recursos é um tema central nesta guerra e na história da Ucrânia como celeiro global. A economia ucraniana sofreu centenas de bilhões de dólares em danos à infraestrutura — levará anos para ser reconstruída. Já a economia russa enfrenta um desafio diferente: o Kremlin está oferecendo incentivos financeiros tão grandes para preencher suas fileiras militares que o setor privado russo agora precisa competir com o Estado por mão de obra", explica Trant.