Cientista brasileira vence “Nobel da agricultura” por fixação biológica de nitrogênio para grãos
Bioinsumo é utilizado em 85% da área de soja no Brasil, com economia de US$ 25 bilhões
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A cientista brasileira Mariangela Hungria, da Embrapa Soja, foi anunciada nesta ontem (dia 13) como vencedora do World Food Prize 2025, considerado o “Nobel da agricultura”.
O prêmio reconhece sua contribuição inovadora ao desenvolvimento de tecnologias baseadas em insumos biológicos para grãos, com impactos econômicos e ambientais expressivos na agricultura mundial.
Criado em 1986 pelo Nobel da Paz Norman Borlaug, o World Food Prize é o mais importante reconhecimento internacional dedicado a personalidades que ampliam a qualidade, disponibilidade e sustentabilidade da produção de alimentos.
Entre os vencedores anteriores estão nomes como os agrônomos brasileiros Edson Lobato e Alysson Paulinelli (2006) e os ex-presidentes Lula e John Kufuor (2011), por políticas públicas de combate à fome.
“Estou imensamente feliz, ainda não consigo acreditar. Essa premiação reconhece não só minha trajetória, mas o esforço da ciência brasileira em construir uma agricultura sustentável”, declarou Hungria.
Ela enfatizou que sua missão sempre foi “produzir mais com menos” – substituindo fertilizantes químicos por soluções microbiológicas que reduzem custos e impactos ambientais.
Revolução nos grãos
Com mais de 40 anos de pesquisa em microbiologia do solo, Mariangela Hungria é pioneira no uso de bactérias fixadoras de nitrogênio (FBN) na soja — tecnologia que atualmente cobre 85% da área plantada com a cultura no Brasil, equivalente a 40 milhões de hectares.