Morre Sebastião Salgado, fotógrafo aclamado e pioneiro da agricultura regenerativa
Ele fundou o Instituto Terra, referência em reflorestamento, proteção de nascentes e apoio a práticas agrícolas sustentáveis no Vale do Rio Doce
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Sebastião Salgado, um dos mais importantes fotógrafos brasileiros e reconhecido internacionalmente por sua obra humanista, morreu aos 81 anos.
A informação foi confirmada nesta sexta-feira (23) pelo Instituto Terra, organização fundada por ele e por sua esposa, Lélia Wanick Salgado.
Salgado enfrentava complicações causadas por uma leucemia grave, desencadeada por uma forma rara de malária contraída na Indonésia, em 2010.
Desde 2024, ele havia se afastado do trabalho de campo, afirmando que seu corpo sentia “os impactos de anos de trabalho em ambientes hostis e desafiadores”.
“Sebastião foi muito mais do que um dos maiores fotógrafos de nosso tempo. Ao lado de sua companheira de vida, semeou esperança onde havia devastação e fez florescer a ideia de que a restauração ambiental é também um gesto profundo de amor pela humanidade”, declarou o Instituto Terra em nota oficial.
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Compromisso com o campo e a regeneração da terra
Embora mundialmente reconhecido por séries fotográficas como “Trabalhadores”, “Êxodos” e o épico “Gênesis”, Salgado também construiu uma das maiores iniciativas de recuperação ambiental do país.
Em 1998, fundou o Instituto Terra, sediado em Aimorés (MG), sua cidade natal.
O projeto nasceu do desejo de recuperar a antiga Fazenda Bulcão, propriedade da família, que havia sido profundamente degradada por décadas de uso insustentável da terra.