Depois de protestos, Governo prorroga dívida de produtores gaúchos
Agro gaúcho reconheceu os avanços, mas cobra soluções mais amplas
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Após pressão do setor agropecuário e protestos em dezenas de municípios do Rio Grande do Sul, o governo federal autorizou a prorrogação de dívidas de produtores atingidos pela estiagem.
A medida, anunciada nessa quinta-feira (29), atende a uma demanda direta de agricultores mobilizados e da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
A decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) permite a renegociação, por até três anos, das parcelas de crédito de custeio contratadas por médios produtores via o Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp). A medida alcança operações feitas com recursos equalizados pelo Tesouro Nacional.
Cada banco poderá renegociar até 8% do saldo das parcelas com vencimento em 2025. Esse limite poderá ser ampliado, de forma excepcional, caso a instituição financeira tenha aplicado mais de 90% de seus recursos equalizados no estado.
Limites especiais
Com os ajustes, os tetos de renegociação ficam assim definidos para 2025:
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Pronamp e demais produtores (custeio): de 8% para 17%;
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Pronaf (investimento): de 8% para 20%;
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InvestAgro (investimento): de 8% para 23%.
A prorrogação não será automática: o produtor deverá apresentar laudos comprovando as perdas e a incapacidade de cumprir o pagamento nos prazos originais.
Segundo o Ministério da Fazenda, a iniciativa amplia o alcance da renegociação prevista no Manual de Crédito Rural, antes limitada a linhas de investimento.