Café registra tombo nas exportações e na cotação da saca

Embarques caem mais de 30% em maio e cotações da saca seguem em queda desde fevereiro

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Café registra tombo nas exportações e na cotação da saca
11deJunhode2025ás11:58

O café brasileiro enfrenta um cenário de retração em dois flancos: as exportações caíram mais de 30% em maio, e as cotações da saca seguem em queda desde fevereiro, tanto para o arábica quanto para o robusta.

De acordo com o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), o Brasil embarcou 2,963 milhões de sacas de 60 kg de café em maio deste ano, volume que representa queda de 33,3% em relação às 4,446 milhões registradas no mesmo mês de 2024. 

Apesar da retração no volume, a receita cambial subiu 21,1%, passando de US$ 1,027 bilhão para US$ 1,243 bilhão.

No acumulado da safra 2024/25 (julho de 2024 a maio de 2025), o Brasil exportou 42,968 milhões de sacas, gerando um faturamento recorde de US$ 13,691 bilhões. Em comparação ao mesmo período anterior, houve queda de 2% no volume e alta de 52,3% na receita.

Considerando o ano civil, de janeiro a maio de 2025, os embarques totalizaram 16,790 milhões de sacas, retração de 19,2% frente ao mesmo intervalo de 2024. Já a receita cambial avançou 44,3%, atingindo US$ 6,483 bilhões, o maior valor já registrado para o período.

Segundo Márcio Ferreira, presidente do Cecafé, o recuo nas exportações é resultado da menor disponibilidade de café arábica — cuja colheita começou a ganhar ritmo apenas agora em junho — e da perda de competitividade dos canéforas brasileiros em relação a países como Vietnã e Indonésia.

Ele também ressalta que o aumento da receita decorre das cotações elevadas após cinco safras afetadas por eventos climáticos em grandes produtores como Brasil, Colômbia e Indonésia.

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