Minerva recorre ao Cade contra fusão de BRF e Marfrig e aponta risco de concentração no setor
Empresa critica aprovação sumária da operação e alerta para risco de alinhamento estratégico entre concorrentes
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A fusão entre Marfrig e BRF ganhou um novo capítulo. A Minerva Foods recorreu ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), pedindo a reavaliação do negócio aprovado em rito sumário e reforçando sua oposição à operação.
A manifestação foi apresentada na noite desta quinta-feira (26) e reforça a oposição da companhia à operação que visa a criação da MBRF Global Foods, grupo com receita estimada em mais de R$ 150 bilhões por ano.
A Minerva argumenta, em parecer técnico encaminhado à autoridade antitruste, que a incorporação ignora efeitos significativos sobre a concorrência, especialmente no mercado de alimentos processados, como hambúrgueres, almôndegas e quibes.
A empresa aponta para uma possível concentração excessiva, que pode impactar também o canal foodservice — segmento de fornecimento para redes de restaurantes e fast food — por meio de contratos de exclusividade e restrição ao acesso de concorrentes a canais estratégicos.
Riscos da atuação cruzada
Mais do que a concentração de mercado, a Minerva mira um ponto sensível: a atuação cruzada da Salic (Saudi Agricultural and Livestock Investment Company), fundo soberano da Arábia Saudita.