"Não tinha transporte, telefone e água", conta pioneiro do Mato Grosso que homenageia filho falecido no nome da fazenda
Produtor relembra a dura chegada ao estado e fala sobre o legado deixado à família
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Quem vê hoje o produtor rural Dirceu Luiz Zanella, aos 69 anos, cercado por lavouras verdes e filhos que tocam os negócios da família com autonomia, talvez não imagine os caminhos difíceis que ele percorreu até aqui.
A jornada do agricultor, que trocou o interior de Santa Catarina pelas terras de Mato Grosso, foi marcada por coragem, perdas e raízes fincadas na fé e no trabalho duro.
Natural de Coronel Freitas, em Santa Catarina, Dirceu chegou a Mato Grosso em 1980. Veio movido pelo exemplo dos irmãos que já haviam migrado antes dele.
A mudança definitiva, no entanto, só aconteceu em 1988. Com a esposa e a filha pequena, Dirceu deixou para trás a segurança do conhecido e se lançou em um cenário de dificuldades.
“A vinda para o Mato Grosso começou através dos meus irmãos que tinham terras aqui e começaram a fazer propostas para eu vir para cá. Em 1988 nós viemos morar. Inicialmente com bastante dificuldade, nós éramos empregados dos meus irmãos e fomos continuando a vida assim. Até que minhas crianças cresceram e precisaram estudar, então nós partimos e viemos morar em Campo de Júlio”, recorda.
A vida no novo estado foi desafiadora. Faltava quase tudo: estrada, telefone, água. E, com a rotina pesada da lida no campo, a família precisou se adaptar.