Do Atlântico ao Pacífico: acordo Brasil-China prevê corredor ferroviário da Bahia ao Peru
Estudos técnicos vão avaliar rota estratégica para exportações brasileiras com destino à Ásia
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O Brasil e a China formalizaram uma parceria estratégica para estudar a viabilidade de uma ferrovia ligando o território brasileiro ao porto de Chancay, no Peru, com o objetivo de facilitar o escoamento de cargas para a Ásia, especialmente para a China.
A iniciativa busca reduzir o tempo e os custos logísticos, reposicionando o país no comércio internacional.
O projeto pretende integrar as ferrovias de Integração Oeste-Leste (Fiol) e Centro-Oeste (Fico) e a Ferrovia Norte-Sul (FNS) ao recém-inaugurado porto de Chancay.
A assinatura do memorando de entendimento ocorreu nesta segunda-feira (7), em cerimônia virtual com representantes dos dois países.
O documento foi firmado pelo Ministério dos Transportes, por meio da empresa pública Infra S.A., e pelo Instituto de Planejamento e Pesquisa Econômica da China State Railway Group, braço estratégico da maior empresa ferroviária estatal do mundo.
Segundo o projeto inicial, a ferrovia partirá da Bahia e cruzará os estados de Goiás, Mato Grosso, Rondônia e Acre, até alcançar o Peru.
Projeções do governo peruano indicam que a nova rota pode reduzir o tempo de deslocamento de cargas entre os dois continentes em doze dias - de 40 para 28 dias.
Durante a cerimônia, o secretário nacional de Transporte Ferroviário, Leonardo Ribeiro, destacou o caráter estratégico da cooperação.
“Celebramos hoje a assinatura deste memorando de entendimento, um marco na cooperação entre o Brasil e a China na área ferroviária. Este não é apenas um gesto formal, é o primeiro passo de uma jornada técnica, institucional e diplomática que visa aproximar continentes, reduzir distâncias e fortalecer laços entre nações que compartilham uma visão de longo prazo.”
O acordo estabelece a realização de estudos conjuntos para avaliar a viabilidade do corredor ferroviário bioceânico. A proposta contempla benefícios logísticos, econômicos e ambientais, especialmente para as exportações brasileiras com destino ao mercado asiático.
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