Lula cobra ações concretas na Cúpula do Clima: "É momento de levar a sério os alertas da ciência"
Presidente cai em contradição ao defender o fim dos combustíveis fósseis enquanto avança exploração de petróleo na Amazônia
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Lula disse que é preciso romper com a distância entre a diplomacia e a realidade das populações mais afetadas pelas mudanças climáticas. (Foto: Bruno Peres/Ag Brasil)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abriu, no fim da manhã desta quinta-feira (6), a Cúpula do Clima em Belém, cobrando ações concretas dos países para conter o aquecimento global em até 1,5°C, meta fixada há uma década pelo Acordo de Paris.
Diante de dezenas de chefes de Estado e representantes estrangeiros, Lula defendeu o fim da dependência dos combustíveis fósseis e a reversão do desmatamento da Amazônia.
Ele também criticou o que chamou de “interesses egoístas e imediatos” que impedem avanços na preservação ambiental.
“Em um cenário de insegurança e desconfiança mútua, interesses egoístas imediatos preponderam sobre o bem comum de longo prazo. O ano de 2024 foi o primeiro em que a temperatura média da Terra ultrapassou um grau e meio acima dos níveis pré-industriais. A ciência já indica que essa elevação vai se estender por algum tempo ou até décadas, mas não podemos abandonar o objetivo do Acordo de Paris”, afirmou o presidente.
‘COP da verdade’ e urgência climática
A Cúpula do Clima antecede a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que será realizada de 10 a 21 de novembro, também em Belém. O encontro busca atualizar compromissos multilaterais e dar novo peso político às negociações climáticas.
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Lula destacou que o relatório do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) estima que o planeta caminha para um aquecimento de 2,5°C até o fim do século.